Ano de 1971. O Rei Pelé se despedia da Seleção Brasileira de Futebol no Estádio do Maracanã. Tim Maia lançava um de seus maiores sucessos: “Não Quero Dinheiro”. O seriado Chaves surgia no México. John Lennon atingia o auge da fama com o álbum “Imagine”. O ex-presidente do Brasil, Médici, sancionava alterações na ortografia da língua portuguesa. Surge o modelo de “hipermercado” no Brasil, com duas lojas no Estado de São Paulo. Acontecimentos importantes que se misturam à fundação da Associação Paulista de Supermercados, a nossa APAS. A luta inicial daqueles empresários – supermercadistas e visionários – passava, inicialmente, pela melhor organização da distribuição de cotas de alimentos aos varejistas e disponibilização dos produtos de forma racional. Ainda em 1971, foi realizada a Primeira Convenção Paulista de Supermercados, no Guarujá, litoral paulista. Compareceram 150 empresários e, na ocasião, o presidente da APAS era Francisco Manoel do Nascimento. O nosso setor foi crescendo na mesma proporção dos desafios e, no início dos anos 80 e 90, passamos por momentos delicados: escassez de produtos, vendas reduzidas, margens corroídas pela desvalorização acelerada da moeda e uma inflação que chegou a ultrapassar 60% ao mês. Por vezes fomos taxados como os vilões dos preços altos, mesmo sendo meros repassadores dos aumentos nos produtos feitos pela indústria e produtores. Apesar deste cenário, a APAS nunca se omitiu – muito pelo contrário: ganhamos solidez e força na luta pelos direitos do nosso setor. Força que se traduziu, inclusive, na realização, da 1ª Convenção Paulista de Supermercados, em 1985, já em São Paulo. Garra, determinação, trabalho e foco nos objetivos. Não à toa, neste mesmo ano, o piloto Ayrton Senna da Silva, um dos maiores ídolos deste País, conseguiu a primeira vitória na Fórmula 1. Em 1994 veio o Tetra da Seleção Brasileira de Futebol, mesmo ano em que a APAS iniciou a divulgação do Índice de Preços dos Supermercados (IPS), disseminado mensalmente aos nossos associados e nos meios de comunicação. Também lançamos a Revista APAS, um gol de placa no campo da informação e notícias relacionadas ao varejo brasileiro. Em 1995, Fernando Henrique Cardoso subia a rampa do Planalto para assumir seu primeiro mandato, exemplificando ainda mais caráter democrático das eleições brasileiras. Democracia que também caracteriza o Troféu Ponto Extra, que, criado pela APAS, elege anualmente, por meio da participação dos associados supermercadistas, os melhores fornecedores de produtos e serviços da cadeia de abastecimento. Seguimos até 1996, ano em que Bill Clinton foi reeleito presidente dos Estados Unidos – a nação economicamente mais importante do mundo. Sabemos que a força de um País também está relacionada à educação do seu povo e, neste contexto, destaco a criação da Escola Paulista de Supermercados, a Escola APAS, que capacita, na teoria e na prática, os profissionais que atuam no setor supermercadista. Em 2000, George Bush assumiu a presidência dos Estados Unidos e pudemos vivenciar o lançamento do sistema operacional Windows 2000. Ano de mudanças, que também ocorreram em nossa entidade: nova sede, na Rua Pio XI, 1.200, bairro do Alto da Lapa, por sinal, onde estamos sediados até hoje, e a Revista APAS passou a se chamar SuperVarejo – atualmente reconhecida em todo o Brasil. Um ano seguinte, o Brasil anunciou o plano de redução em 10% do consumo de energia elétrica, durante um racionamento que ficou conhecido como “apagão”. Por sinal, tratou-se de uma redução ocasionada pela ausência de ações preventivas por parte dos agentes públicos. Na contramão, a palavra de ordem na APAS era expansão: inauguramos o Espaço APAS – Centro de Convenções, que, atualmente, sedia eventos de diversos portes, sendo conhecido em todo o País. Os anos se passaram. A representatividade do setor supermercadista só aumentou, assim como a responsabilidade da APAS em se profissionalizar para acompanhar as mudanças externas e internas. Até por este motivo, em 2010, organizamos as responsabilidades da diretoria. Em um ano que foi marcado pela inauguração de um dos trechos do Rodoanel, ligando o interior de São Paulo ao Porto de Santos, pudemos intensificar a ponte entre Associação e os associados, por meio dos produtos e serviços que visam melhorar a operação dos supermercadistas. Somos atuantes, dinâmicos e muito representativos. Para se ter uma ideia, aproximadamente 30% do faturamento setor supermercadista no País é oriundo do Estado de São Paulo. Representamos ainda 1,9% do PIB brasileiro e empregamos mais de 512 mil colaboradores, que contribuíram para um faturamento de 92 bilhões de reais em 2015. A sustentabilidade integra um dos pilares de atuação da APAS, tanto que, em 2011, lançamos o Guia da Loja Verde. 2012, 2013, 2014, 2015… A campanha contra a cultura do descarte ganhou as ruas em todo o Estado, lançamos o Código de Conduta da APAS e também os Guias para Supermercados Sustentáveis. Estivemos à frente da campanha de conscientização sobre o uso racional das sacolas plásticas, que, por meio de uma parceria com o Procon-SP, proporcionou a redução de 70% na capital. Não poderia deixar de citar o trabalho de Planejamento Estratégico, traçado pela Associação para o período de 2015 a 2018. Com a efetiva participação da consultoria externa Falconi e das Diretorias Executiva e Regional, fizemos o redesenho da Missão e dos Valores, além da criação da Visão da entidade, que consiste em ser referência internacional em associação setorial. Ufa! Chegamos a 2016. Um ano que, com certeza, ficará marcado para a história do Brasil. A iminente saída da presidente Dilma Rousseff pelo processo legal de impeachment, que, por sinal, conta com o apoio da APAS, é o único caminho viável em curto prazo para enxergamos uma nova perspectiva e, assim, trilharmos o caminho da retomada do desenvolvimento do Brasil. Mais uma vez parabenizamos os esforços de instituições como o Ministério Público e a Polícia Federal, que têm feito um excelente trabalho contra a corrupção. Reforçamos a importância da continuidade da Lava Jato e da atuação do juiz Sérgio Moro, como forma de caminharmos até o fim das investigações e punirmos todos os envolvidos, seja de que classe ou partido: todos têm os mesmos direitos e obrigações perante a Constituição. Neste contexto de muitos desafios, em que a desconfiança ainda ronda a economia e nossos negócios, realizamos a 32ª edição da Feira APAS. Os quatro Pavilhões do Expo Center Norte e as salas do Congresso de Gestão lotadas foram a resposta que precisávamos: todos estão arregaçando as mangas em busca de perspectivas e oportunidades, e não à toa batemos recordes: 686 expositores, sendo 169 expositores internacionais, de 17 países; 11.762 empresas inscritas, o que representa uma melhora na qualificação dos visitantes; e 3.657 congressistas, evolução 8,7% em relação ao ano anterior. A APAS cumpre à risca seu objetivo de fundação: lutar pelos interesses do setor supermercadista, fato que se consolida ao longo dos anos pelo excelente trabalho executado pelos presidentes e diretores que aqui passaram. Sempre digo que sou o 12º presidente e, portanto, sigo o trabalho realizado por pessoas tão competentes, que amam o que fazem. Que venham mais 45 anos. Que venham mais presidentes, diretores, colaboradores, supermercadistas. Que em meio aos inúmeros acontecimentos pelo Brasil e pelo mundo, a APAS continue a trilhar este caminho de sucesso, sendo referência internacional em Associação setorial. Parabéns a todos e vida longa à Associação Paulista de Supermercados. Forte abraço |
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