Com o objetivo de contribuir com a reação positiva do empresariado do país, a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil realiza constantes estudos para medir o desempenho da produção e da economia. Desde o início do distanciamento social causado pela pandemia, a entidade se empenha em levantar dados com as empresas associadas para buscar meios de auxiliá-las em estratégias de recuperação no momento da crise. O levantamento “Impactos da pandemia no cenário nacional” colhe informações desde abril e concluiu sua quinta edição em agosto.
A quinta etapa do levantamento deu sinais positivos de recuperação das empresas consultadas com resultados como, por exemplo, a queda de 85% para 64% delas que sentiram redução no faturamento. Talvez como consequência disso, caiu de 48% para 33% o número de empresas que optaram por adiar pagamentos a credores. A empregabilidade também é um item importante que foi notado. Em maio, houve o pico de 67% de empresas que pretendiam reduzir o quadro de funcionários ou remanejá-los para outras funções. Hoje, esse porcentual é de 54%.
A produção é um dos itens que chama mais a atenção, pois em abril 53% das empresas que responderam ao levantamento pretendiam programar redução no ritmo em 30 dias. Na quinta etapa, esse número cai para 15%.
Vendas digitais
Já o recurso de vendas por meios digitais é o destaque. De abril a agosto cresceu de 14% para 27% o porcentual de empresas que passaram a aproveitar os marketplaces e o e-commerce como canais de vendas. No início do isolamento, eram mais da metade das empresas com vendas baseadas unicamente no mundo físico. Na segunda edição houve uma leve movimentação que se consolidou na terceira e quarta edições do estudo, chegando a 56% das empresas vendendo de forma digital em agosto. O uso do WhatsApp como única ferramenta digital atinge cerca de 15% das empresas. Essa movimentação para as vendas digitais ocorre independentemente das atividades de alguns setores que voltaram às vendas presenciais.
O cenário para o setor da logística é mais um que passou por alterações neste último mês de pesquisa. O número de empresas que tiveram crescimento nas operações logísticas e de entregas passou de 10% na primeira edição para 18% em julho, mantendo o patamar em agosto.
Para Virginia Vaamonde, CEO da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, “é importante salientar que hoje apenas 1% das empresas afirmam não conseguir vender seus produtos, sendo que na primeira edição, em abril, esse volume chegou a 34%”. Dados como esses levam a uma previsão mais amena para o segundo semestre. “Com o passar dos meses houve uma alteração de cenário e hoje a maior parte das empresas está focada em diversificar os canais de vendas e a produção, além de readaptar processos, o que pode indicar que as atividades dessas empresas possam estar caminhando para estabilização”, afirma Virginia.