Comprar presentes para o Dia das Crianças pode estar mais caro ou mais barato do que no ano passado. Tudo depende do canal de varejo. Quem quiser a comodidade da internet pagará até 4% mais. Quem preferir conferir os lançamentos in loco, vai desembolsar o mesmo valor, ou até menos do que em 2006.
De acordo com o índice e-Flation, que mede a variação de preços de mercadorias online, enquanto o comércio eletrônico teve deflação de 0,46% em setembro, a categoria brinquedos teve inflação de 3,69%. Para Patrícia Vance, coordenadora de pesquisas do Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar-FIA), o reajuste se deve ao aumento da demanda por brinquedos no período que antecede o Dia das Crianças. “Pelo crescimento natural da vendas, não é interessante o varejo realizar promoções. Há um realinhamento de preços e às vésperas da data, ou logo depois, as lojas dão descontos para se livrar do estoque remanescente.”
Na situação inversa, os 42 lançamentos da Lego chegam com descontos entre 10% e 12%. “Por conta da valorização do real frente ao dólar, os brinquedos foram importados em maior quantidade e com preços mais baixos. Isso nos permitiu repassar a diferença ao lojista e este, ao consumidor final, já que a empresa trabalha com preço sugerido”, afirma Robério Esteves, diretor de Operações da N.Cassab, distribuidora exclusiva da Lego no Brasil. Sua expectativa é que este Dia das Crianças venda 15% mais que o de 2006.
Também importadora, a Dican Brinquedos, que além de marca própria tem a licença exclusiva da PlaySkool no Brasil, vai disponibilizar seus produtos para crianças de zero a quatro anos com reajuste médio de 5%. “Embora o câmbio favoreça os importados, o petróleo teve altas impactantes, pois além de matéria-prima para os plásticos, encareceu o frete dos navios vindos da Ásia”, relaciona Ari Candi, diretor de Marketing e Produtos da empresa.
Recall – Quanto ao endurecimento das normas do Inmetro para importação, o executivo afirma que não influenciou a venda do Dia das Crianças, pois os pedidos já haviam sido entregues. “Mas isso trará reflexos futuros, pois a permanência no porto até a certificação será maior, o que significa mais gastos”, diz Candi.
Por outro lado, as novas regras podem ser um alento à indústria nacional. “Toda vez que se inibe a importação, sobra algum espaço para que o produtor nacional explore”, acredita Audir Giovani, superintendente comercial da Acalanto e Baby Brinq, fábricas exclusivas de bonecas, como a Stephanie, da Lazy Town. Segundo ele, os pedidos para a fábrica cresceram cerca de 3% sobre 2006, que já havia obtido bom desempenho.
Na Ifa, as encomendas foram praticamente iguais às do ano passado. Antonio Carlos Rugolo, diretor da empresa, diz que por conta da concorrência, o setor praticamente não reajustou preços este ano.
Fonte: Diário do Comércio