Analistas de instituições financeiras acreditam que o Banco Central (BC) voltará a subir os juros, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontecerá no próximo dia 16 de abril. Para a maioria deles, a taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 11,25%, será elevada para pelo menos 11,50% ao ano. Se a maioria dos economistas acertar o valor da taxa, o BC quebrará um período de folga de quase dois anos sem ter de apertar a política monetária – a última vez que os juros subiram no País foi em maio de 2005, quando a Selic passou de 19,50% para 19,75% ao ano.
Os principais fatores para o aumento da taxa no mês de abril, na opinião dos profissionais de mercado, são os sinais do Banco Central, como atas, comunicado do Copom de março e relatório trimestral de inflação; e o consenso entre vários órgãos internacionais, além de instituições financeiras e órgãos de imprensa estrangeiros de que a inflação será maior em todo o mundo este ano.
Fecomercio
Em comunicado à imprensa, o presidente da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), Abram Szajman, afirma que o aumento da taxa trará conseqüências negativas para o País – como, por exemplo, aumento da dívida pública e redução na geração de emprego e renda, com elevação do risco de inadimplência -, e não terá utilidade no controle da inflação.
A entidade também chama a atenção para a diferença entre o desempenho das grandes redes e o do pequeno comércio, captada por suas pesquisas. Enquanto em 2007 a PCCV (Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista) mostrou um crescimento do comércio de 4,4%, a PCPV (Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo) apontou uma queda de 1,2%, comportamento que vem se repetindo em 2008. "Esse importante detalhe ajuda a conter os preços para o consumidor, o que torna injustificável a ameaça de aumento da Selic", completa Szajman.