A crise econômico-financeira mundial não deverá alterar os planos de investimento do setor supermercadista em 2009. Pelo menos é o que acredita o presidente da Abras, Sussumu Honda. O crescimento real das vendas em 2007 (5,92%) e 2008 (8,98%) gerou forte expectativa de expansão, especialmente em redes e lojas de pequeno e médio porte, alavancadas pelo aumento de vendas gerado por ganhos reais dos salários, aumento da oferta de empregos e de políticas sociais do governo federal.
A entidade, que representa os supermercados de todo o País, estima que em 2008 o faturamento do auto-serviço brasileiro chegue a R$ 150 bilhões, comparado com os R$ 136,3 bilhões registrados no ano anterior. “A tendência para 2009 é de estabilidade nos preços, crescimento menor da economia e queda no volume de vendas de alimentos de maior valor agregado, que têm preços mais elevados. Neste ano, deverá aumentar a oferta de produtos com foco mais voltado para as classes C e D, principal base de consumo no País”, completa o executivo.
Norte-Nordeste
De acordo com a Abras, pela primeira vez o faturamento dos supermercados das regiões Norte e Nordeste ultrapassou o das lojas da região Sul. O resultado deve-se, em boa parte, ao Bolsa Família. Só para os Estados do Nordeste, o repasse de verbas do programa social do Governo Federal foi de R$ 4,7 bilhões em 2007. O Norte-Nordeste passou a responder por 19,6% do faturamento nacional em 2007, ante 19,4% do Sul. O Sudeste permanece à frente, com 54,6%.