Para o próximo mundial de futebol, que será realizado no Brasil daqui a quatro anos, empresas ligadas à área de alimentação, como supermercados e restaurantes, apostam na culinária orgânica. “Existe uma estratégia forte por parte do Ministério do Turismo para colocar esses produtos diferenciados em todo mercado nacional até a próxima Copa”, afirma Arnoldo de Campos, diretor do departamento de geração de renda do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA).
Segundo Campos, o governo brasileiro vem apoiando a agricultura familiar, segmento no qual se encontram os principais produtores de orgânicos no País. Para alcançar resultados, a criação de cooperativas é a principal estratégia para estruturar o setor. “Há uma forte articulação entre as cooperativas”, resume. Com isso, a linha de crédito e o orçamento destinados a essa área também ganham fôlego. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os agricultores familiares produzem 87% da mandioca consumida no Brasil, 70% do feijão, 58% do leite e 46% do milho.
O ministério pretende mostrar ao consumidor a variedade de orgânicos já existente e impulsionar novas categorias. “Há dez anos, somente verduras e legumes estavam disponíveis nas lojas. Hoje, além dos itens in natura, temos carne, massas, molhos e todos os componentes para uma refeição completa e saborosa”, afirma Sandra Sabóia, gerente de orgânicos do Grupo Pão de Açúcar.
Ainda assim, os hortifrutis continuam a representar o carro-chefe dos produtos sem agrotóxicos. “As vendas no segmento de orgânicos, incluindo todas as categorias disponíveis, crescem cerca de 40% ao ano em nossas lojas. Em 2009, o faturamento foi de R$ 58 milhões. Nossa expectativa era atingir esse patamar apenas em 2012. Para 2010, a meta é crescer mais 40% ante o ano anterior”, acredita Sabóia.
Fonte: Valor Econômico
