O Índice de Preços aos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e pela Fipe, registrou alta de 0,30% em novembro. O resultado é reflexo da inflação dos itens In Natura, que subiram 4,5% no mês. A expectativa da associação é de que o setor supermercadista continue a registrar alta dos preços em dezembro, encerrando o ano com inflação acumulada em torno de 16,70%, puxados pelo aumento dos produtos in natura, compras de final de ano e consumo durante a Copa do Mundo.
Os produtos In Natura registraram inflação de 4,50% em novembro. A alta foi puxada pelos tubérculos, com aumento de 8,08% e pelos legumes, com 7,30%. O grupo acumulou alta nos últimos 12 meses de 30,14%. O aumento está relacionado a alta dos preços dos tubérculos e das frutas, que avançaram 55,72% e 30,74%, respectivamente.
Os semielaborados impediram que o indicador apresentasse alta mais robusta no mês, registrar queda de -1,74% no mês e completar o quarto mês consecutivo de deflação. Produtos como leite e frango apresentaram deflação em novembro de -6,74% e -2,48%.
Semielaborados
Nos últimos 12 meses, os preços dos semielaborados tiveram alta substancial 8,18%. O leite foi um dos produtos dos semielaborados que mais encareceu no período, com 28,76%, pressionando a inflação do grupo. “O preço do leite aumentou entre abril e julho, em decorrência da estiagem nos pastos brasileiros. No quadrimestre de agosto a novembro, registramos uma retração de -23,2% e a tendência é de que o preço do leite mantenha deflacão em dezembro”, explica Felipe Queiroz, diretor do departamento de Economia e Pesquisa da APAS.
O preço da carne suína se manteve estável (-0,01%) em novembro e a carne bovina registrou aumento de 0,22%. Os cereais apresentaram tendência de deflação em novembro, com a redução de 0,23% nos preços ao consumidor final. O feijão, item básico da alimentação do brasileiro, teve queda de 2,58%. Apesar dessa redução, o feijão ainda acumula alta nos últimos 12 meses de 14,84%.
Industrializados
Os produtos industrializados também sofreram alta em novembro de 0,30%, puxados pelo aumento do preço de itens como biscoitos e salgadinhos (1,30%), massa, farinha e féculas (1,27%), enlatados em conserva (1,12%), doces (1,01%) e panificados (1,0%).
No acumulado dos 12 meses encerrados em novembro, o grupo registrou inflação de 17,94%, impulsionado pela alta de preços do café, achocolatados em pó e chás (28,73%), massas, farinhas e féculas (25,98%) e derivados de leite (25,18%).
Os produtos industrializados beneficiados com queda preço foram os derivados de carne e de leite, com deflação de 1,34%% e 0,56%, respetivamente.
Bebidas
Os jogos da Copa do Mundo e a chegada das festas de final de ano impulsionaram a inflação das bebidas alcoólicas no mês de novembro, com o aumento de 0,92%, e de 9,35% nos últimos 12 meses. Itens como a champanhe (3,42%) e a cerveja (1,23%) apresentaram maiores altas do mês.
As bebidas não alcoólicas, registraram queda de preços em novembro de -0,92%, totalizando alta de 10,80% no acumulado em 12 meses. A queda foi impulsionada pela redução de -1,56% no preço dos refrigerantes aos consumidores paulistas em novembro.
Limpeza, higiene e beleza
Os produtos de limpeza continuaram a inflacionar em novembro, com o aumento de preços de 1,88%. A alta chega a 24,84% no acumulado de 12 meses. O produto que mais encareceu foi o sabão em pó, que subiu 3,23% em novembro e 32,83% nos últimos 12 meses.
Artigos de higiene e beleza aumentaram 0,36% em novembro e 17,83% nos últimos 12 meses. A alta está relacionada à elevação no preço do sabonete, de 1,29% no mês e de 40,44% no acumulado.