Terceiro maior varejista da América Latina, o grupo chileno Cencosud desembolsou 1,4 bilhão de reais em outubro do ano passado pela empresa mineira Bretas, então a sétima maior rede de supermercados do país, com faturamento de 2 bilhões de reais. Seis meses antes, a Cencosud havia comprado a Perrini, dona de sete lojas em Salvador, por 30 milhões de reais.
Com as aquisições, os chilenos, que entraram no Brasil em 2007 ao adquirir a sergipana G Barbosa, chegaram a 3,5 bilhões de reais de faturamento no país em 2010, um salto de 41% em relação ao ano anterior. A Cencosud foi, de longe, a empresa que mais cresceu entre as grandes varejistas do setor, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Em segundo lugar na lista, considerando apenas supermercados, aparece uma rede praticamente desconhecida na maioria dos estados brasileiros: os Supermercados BH, uma empresa familiar com 110 lojas espalhadas por Belo Horizonte e por outras 25 cidades mineiras. A rede cresceu 32% no ano passado — 7,5 vezes a média do setor – e alcançou uma receita de 1,5 bilhão de reais.
Assim como a Supermercados BH, um punhado de varejistas regionais vem crescendo acima da média do setor, e já começa a ser notado pelas tradicionais líderes de mercado.
Esplanada, no Ceará, Big Ben, no Pará, Salfer, no Paraná, e Cybelar, no interior de São Paulo, são exemplos de empresas com faturamento hoje entre 400 milhões e 1,5 bilhão de reais que têm conseguido aproveitar como poucas a onda de consumo que tomou conta da economia brasileira nos últimos anos. “Sem ter de sacrificar suas margens para disputar consumidores com sonegadores, as empresas sérias reforçaram seu caixa e ganharam fôlego para crescer”, diz Marcos Gouvêa, sócio da consultoria GS&MD, especializada em varejo.
Fonte: Revista Exame
