Maior varejista do Maranhão, com 22 supermercados, 10 mil funcionários e faturamento anual de R$ 2,3 bilhões, o Grupo Mateus se prepara para sair do estado de origem e inaugurar filiais no Pará e no Tocantins – e essa expansão é só o começo. “Nosso plano vai além de Norte e Nordeste”, afirma o empresário Ilson Mateus.
O grupo, que passa por auditoria da Ernst & Young Terco para receber investimento de fundos de capital, tem 52% do mercado maranhense. Em São Luís, a empresa possui três vezes mais lojas que Carrefour e Walmart somados. “A gente consegue sentir a temperatura dos bairros mais promissores antes, por causa da nossa distribuidora. Assim, dominamos as regiões primeiro e não deixamos eles avançarem”, explica Mateus.
Após inaugurar cinco lojas no ano passado – três delas no mesmo dia –, o empresário afirma que vai abrir mais seis em 2011 e outras 12 no ano que vem. Em Palmas (TO), a empresa já adquiriu dois terrenos e deve começar a construir em breve. No Pará, a escolha recaiu sobre a região sul do estado, ainda com poucos concorrentes.
Exemplo
A expansão pode parecer ambiciosa, mas superar expectativas é a especialidade de Ilson Mateus. O empresário morou na rua quando criança, engraxou sapatos, trabalhou como garimpeiro em Serra Pelada e, aos 19 anos, apostou na venda de refrigerantes para pequenos mercados. “Sempre investi tudo que ganhei no próprio negócio”, conta.
A economia de recursos permitiu que Ilson abrisse, em 1986, a mercearia de 50 metros quadrados que daria origem ao Grupo Mateus e passasse ileso pelas crises econômicas. “Quando a inflação era aquela loucura, eu vendia 100 latas de óleo de manhã e fechava o mercado, para poder comprar 110 latas à tarde. Também pagava mercadoria com cheque sem fundo no Alto Parnaíba, onde iam demorar 40 dias para descontar e dava tempo de vender as coisas”, diz.
Nem mesmo o Plano Collor foi problema para o empresário. “O povo sentiu que ia ter algum congelamento e colocou tudo na poupança, porque não acreditava que mexeriam nela. Eu comprei tudo em mercadoria”.
Fonte: Meio Norte
