A rede Extra Hipermercados já registra crescimento médio anual de 14% nas vendas do setor têxtil desde que começou a trabalhar com marcas exclusivas, há cerca de três anos. “Temos uma equipe que desenvolve coleções próprias baseadas no estilo de vida das pessoas”, afirma a gerente comercial da bandeira, Léia Rech.
O Walmart também tem um departamento de design, que adapta tendências globais para o mercado brasileiro. O processo de criação inclui viagens internacionais e análises de tendências. “Temos sentido que o preconceito (por parte do consumidor) tem diminuído em função da qualidade das peças e do preço abaixo do mercado”, explica Cesar Roxo, diretor comercial do Walmart.
Já o Grupo Carrefour investe há seis anos em coleções de moda. A cada seis meses, a companhia desenvolve duas principais linhas de produtos inspiradas nas estações do ano. O preço médio das peças varia de R$ 7,99 a R$ 49,90. Casacos e jaquetas de inverno podem custar até R$ 129,90.
Isso deixa claro que os gigantes estão prestando mais atenção ao setor de vestuário. Claudio Felisoni, presidente do conselho do Programa de Administração de Varejo (Provar/Ibevar), diz que há uma tendência de os hipermercados ampliarem a variedade de produtos. Enquanto os bens de consumo, como alimentos e produtos de limpeza, são padronizados e as margens de lucro, mais baixas, o setor de vestuário possibilita diversificação e lucratividade mais alta.
Além da contratação de especialistas, as redes investem no ponto de venda para valorizar as peças e atrair o consumidor, segundo Antônio Sá, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). “Os clientes têm encontrado roupas de qualidade com bom custo-benefício”, diz.
Essas redes também apostam em diversidade. Suas coleções já incluem peças voltadas para o dia a dia, para o trabalho, para praticar esportes, além de linhas infantis. Vender itens de qualidade é outra preocupação na tentativa de mudar o hábito do brasileiro que não tem o costume de comprar roupas no supermercado. E o preço médio das peças em geral é inferior ao das grandes lojas de departamento, segundo Heloísa Omine, professora do Núcleo de Estudos do Varejo da ESPM.
Fonte: Jornal da Tarde
