Os acionistas do grupo varejista brasileiro Pão de Açúcar e dos franceses Carrefour e Casino terão 60 dias para aprovar a operação de fusão entre o CDB e o Carrefour Brasil, o que daria origem à chamada NPA (sigla para Novo Pão de Açúcar). “Todos os acionistas poderão avaliar, não é uma proposta hostil”, ressaltou Carlos Fonseca, sócio do BTG Pactual, que deve capitanear a operação, por meio do fundo de investimento Gama. A nova empresa vai repartir o Pão de Açúcar com o grupo francês Carrefour, na base de 50%-50%. O NPA, por sua vez, terá 100% sobre a filial brasileira do grupo Carrefour. Também por meio dessa reestruturação societária, a NPA terá 11,7% do grupo Carrefour mundial, sendo assim o seu maior acionista.
A proposta ainda contempla uma injeção maciça de capital na nova companhia. A Gama, empresa do BTG Pactual, deve aportar 2,5 bilhões de euros (R$ 5,7 bilhões), sendo 1,7 bilhão de euros (R$ 3,86 bilhões) do BNDESPar (braço do BNDES) e mais 800 milhões de euros (R$ 1,82 bilhão) de sua controladora.
A Gama será a empresa que vai liderar a possível fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar, por meio de uma reestruturação societária. Ela é uma sociedade de propósito específico criada pelo BTG apenas para negociar a fusão entre as redes varejistas. Se o negócio se concretizar, ela se tornará, no futuro, a própria NPA, segundo Fonseca.
O empresário Abilio Diniz, dono do Pão de Açúcar, terá 17% da NPA. Já o Casino, que se manifestou contra a fusão, teria 29%. Esse grupo francês já detém uma participação significativa no grupo brasileiro, por meio da Wilkes. Segundo nota divulgada na manhã desta terça-feira (28 de junho), Diniz considera que “são enormes os benefícios do negócio”, completando que vai “analisar a proposta juntamente com o sócio e co-controlador, o Grupo Casino”. Com a participação na operação mundial do Carrefour, Diniz destaca ainda que a nova empresa “terá condições de levar os produtos brasileiros para todos os mercados estrangeiros onde o Carrefour já está presente”.
As sinergias, segundo Claudio Galeazzi, que já comandou uma reestruturação no Pão de Açúcar e agora é sócio do BTG Pactual, podem atingir R$ 1,7 bilhão.
Fonte: Folha.com e Reuters
