O Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS/FIPE) apresentou neste mês de julho elevação de 0,36%, após queda de 0,15% apontada em junho. Tradicionalmente o período revela retração nos preços, mas pressões pontuais em algumas categorias de produtos elevaram o índice. Em 12 meses, o IPS atingiu 6,16%, e de janeiro a julho, o índice é de 1,25%.
“Mesmo com a elevação, a variação de preços nos supermercados segue abaixo dos demais indicadores de preços da economia”, diz Martinho Paiva Moreira, diretor de Economia da APAS.
Entre as maiores altas, destaque para a categoria dos cereais (0,55%), entre eles o feijão e o milho, com 2,14% e 0,63%, respectivamente. “Os preços do feijão vêm sendo impactados pela escassez do produto. Porém, com a chegada da terceira safra no fim de julho é provável que nos próximos meses os preços recuem. Já o milho vem sendo pressionado pelas tradicionais festas de junho e julho”, explica Moreira.
As carnes apresentaram variação de 0,49% em função da redução de oferta no período de estiagem, o que também impacta o preço do leite, que teve alta de 0,50% em julho. O grupo dos alimentos industrializados apresentaram elevação de 0,39% em julho, com destaque para os panificados (1,81%), doces (1,68%), biscoitos e salgadinhos (1,31%). Além do aumento de custos relacionados à produção, como a energia elétrica e insumos, também a evolução da renda dos consumidores gerou maior procura de produtos considerados supérfluos, e o reflexo disso é a elevação dos preços.
Já o grupo dos produtos in natura apresentaram pequena variação de 0,09%, com destaque para as categorias de frutas (2,04%) e verduras (2,0%). Entre as frutas, os maiores impactos foram verificados no limão (16,17%), banana (5,23%), maçã (5%) e uva (14,04%). Entre as verduras as pressões foram verificadas no alface (5,19%) e na cebolinha (8,02%). O clima frio e seco em julho afetou, embora com pouca intensidade, algumas culturas e reduziu a disponibilidade do produto no mercado.
Os preços da categoria bebidas alcoólicas apresentaram elevação de apenas 0,04%, sendo que a cerveja registrou variação de 0,33%. A categoria bebidas não alcoólicas apontou alta de 0,61%, sendo 1,30% no suco de fruta e 0,78% nos refrigerantes, em decorrência da elevação no preço do açúcar, e ainda, pela continuidade do repasse da elevação do IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados) que incide sobre os produtos.
Os preços do grupo produtos de limpeza subiram 1,46%, sendo 2,05% o sabão em pó e 2,05% o sabão em barra. O grupo dos artigos de higiene e beleza auxiliaram a puxar o índice geral para baixo, pois apontaram queda de 0,38%, com destaque para a retração dos preços de xampu (-1,88%) e da fralda descartável (-2,89%). As pressões nos preços da categoria dos artigos de limpeza persistem diante da continuidade do repasse dos reajustes realizados pela indústria devido ao aumento nos preços do petróleo e demais matérias-primas petroquímicas utilizadas na fabricação.
Confira aqui a íntegra da pesquisa do mês de julho.
