Mesmo com a desaceleração no crescimento da cesta de produtos pesquisada no primeiro semestre deste ano, os produtos supérfluos mantêm ritmo de crescimento. É o que aponta um levantamento da Associação Paulista de Supermercados (APAS), por meio de dados da Nielsen.
O crescimento menor da cesta de consumo deve-se ao comportamento distinto de algumas categorias. Enquanto produtos como arroz, óleo, café e massas apresentaram queda nos seis primeiros meses do ano, outros itens considerados supérfluos tiveram crescimento no mesmo período.
“De janeiro a junho, houve crescimento no volume vendido de produtos como salgadinho, chocolate, iogurte e desodorante. Alguns itens apresentaram estabilidade, porém, não houve retração. É o caso de biscoito, refrigerante, cerveja e cigarro”, afirma Martinho Paiva Moreira, diretor de Economia da APAS.
Segundo Moreira, o aumento do poder de compra dos consumidores possibilitou a aquisição dos supérfluos, e a aceitação desses produtos é alta entre a parcela da população das classes C, D e E.
“Mesmo em um cenário de endividamento e comprometimento da renda com dívidas, os consumidores tendem a manter o ritmo de crescimento durante certo período do tempo. Para os supermercadistas é a sinalização de que há espaço para maior diversificação de produtos e oportunidades para incremento nas vendas”, completou o diretor.
