A Associação Paulista de Supermercados (APAS) analisa como condizente com a realidade a decisão de reduzir a taxa Selic para 11,5%. Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada esta semana, decidiu pela redução para que a atividade econômica brasileira fique o mais distante possível da crise mundial, e para que o mercado interno continue aquecido.
“A decisão é necessária. Os riscos de um prolongamento da crise poderiam afetar negativamente a economia brasileira”, disse o diretor de Economia da APAS Martinho Paiva Moreira. A Pesquisa de Confiança dos Supermercados, realizada pela APAS em setembro deste ano, mostrou que a expectativa futura é de que as taxas de juros sejam menores que as atuais. Em agosto, para 72% dos entrevistados as taxas de juros estariam em patamares inadequados no futuro, e em setembro este percentual caiu para 64%.
A inflação medida pelo IPCA atingiu 4,97% no acumulado de janeiro a setembro deste ano. Em 12 meses o IPCA é de 7,31%, acima do limite superior da meta de inflação, que é de 6,5%. A meta estabelecida para o IPCA em 2011 era de 4,5%. “Ao que tudo indica o Banco Central entende que a inflação nos próximos meses deve ceder e fechar o ano dentro do limite estabelecido pelo sistema de metas de inflação, que é de 6,5%. Portanto, a redução neste momento está mais associada à continuidade no ritmo de atividade econômica para os meses subsequentes, diante das incertezas em relação à crise econômica e financeira no mundo”, contou o diretor.
“O Banco Central controla a liquidez da economia por meio da taxa básica de juros. Assim, controla-se a demanda e, consequentemente, os preços da economia”, explicou Moreira. A taxa de juros incide de duas maneiras diretas no setor de supermercados: atua no incentivo ao investimento e nas linhas de financiamento de aquisição de bens duráveis e expansão física dos supermercados, e também no controle das pressões sobre os preços dos produtos, impactando no poder de compra da população e nas vendas do setor.
“Decidir por reduzir a taxa de juros sinaliza um cenário econômico mais favorável, não só de expectativas, mas de impulso à atividade econômica. No entanto, torna-se necessário acompanhar os indicadores econômicos nos próximos meses para monitorar os riscos inflacionários em 2011 e 2012”, concluiu.
