O fim da distribuição de sacolas descartáveis pelos supermercados de São Paulo, que começou a vigorar na quarta-feira passada (25 de janeiro), segue uma tendência que ganha fôlego em várias partes do mundo. Embora o fornecimento das sacolinhas pelo varejo ainda seja liberado em vários países, como a vizinha Argentina e o distante Irã, um número crescente de nações ou cidades tem adotado alguma forma de restrição.
O acordo entre a APAS e o Governo do Estado de São Paulo promoveu a substituição dos descartáveis por reutilizáveis nos supermercados paulistas desde o dia 25 de janeiro. O presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS) João Galassi acredita que os consumidores vão, aos poucos, mudando de hábitos quando a causa é justa.
Bangladesh, na Ásia, tem uma das histórias mais antigas de proibição, que vigora desde 2002, depois de o entupimento de bueiros por sacolas descartáveis ter sido identificado como o fator responsável por uma inundação que devastou o país em 1998.
Em diversos países africanos, como Ruanda, Quênia, Uganda e Somália, o varejo também é proibido de distribuir as sacolinhas. Na China, o varejo de todo o país é obrigado a cobrar pelas sacolas desde 2008.
EUA e Europa
Nos EUA, não existe uma regra nacional sobre o tema. San Francisco é considerada a cidade pioneira do país na decisão de proibir o fornecimento de sacolas plásticas, a partir de 2007. Em Washington, a distribuição não é proibida, mas os supermercados são obrigados a cobrar por elas. Em Nova York, não há restrições.
Medidas restritivas são comuns na Europa, embora as regras variem de um país para o outro. No Reino Unido, por exemplo, as sacolinhas não são proibidas, mas há um compromisso das grandes redes de reduzir o consumo. O acordo ajudou a diminuir em 40% o uso de sacolas no país entre 2006 e 2009, mas em 2010 o consumo aumentou, provocando reação do governo. Na Irlanda, é cobrada uma taxa pelo uso de sacolinhas desde 2002, e em países como a Itália a distribuição é proibida.
Em 2011, a União Europeia promoveu uma pesquisa de opinião sobre o uso das sacolinhas, respondida por 15 mil pessoas: 70% se manifestaram a favor da proibição da distribuição das sacolinhas. Depois do resultado, organizações não governamentais pressionaram as autoridades europeias para banir o fornecimento de sacolas no bloco.
Fonte: Folha de S. Paulo
