A discussão sobre proibir ou não o fornecimento de sacolas descartáveis por estabelecimentos comerciais pode ser recente no Brasil, mas lá fora é possível encontrar iniciativas com pelo menos uma década de vida. Em alguns casos, para reduzir o consumo das embalagens de polietileno, os governos locais resolveram cobrar uma taxa do consumidor que quiser usar o modelo tradicional.
Na Irlanda, a iniciativa adotada desde 2002 ajudou a reduzir a distribuição dessas embalagens em mais de 90%. A maioria dos consumidores irlandeses simplesmente optou por levar uma sacola reutilizável de casa do que tirar dinheiro do próprio bolso para carregar as compras. Outros lugares, como a capital do México, preferiram radicalizar, criando leis que proíbem o fornecimento das embalagens em supermercados, farmácias e demais pontos comerciais. Os exemplos não param aí.
Veja alguns exemplos de países e cidades que baniram ou passaram a cobrar pelo uso das sacolinhas.
Cidade do México
Desde agosto de 2010, a capital do México conta com leis que proíbem o fornecimento de sacolas descartáveis nos estabelecimentos comerciais. As multas para os lojistas que burlam as regras podem variar de 4,4 mil a 90 mil dólares. A lei também estabelece que os comerciantes da capital mexicana só poderão vender sacolas biodegradáveis. A iniciativa faz parte do chamado “Plano Verde”, que propõe estratégias para estimular o desenvolvimento sustentável e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Índia
Nenhum lojista, distribuidor, comerciante, vendedor ou ambulante pode fornecer sacolas descartáveis aos consumidores na Índia. O banimento total, incluindo produção, armazenagem, uso, venda e distribuição de sacolas de polietileno, começou a valer em agosto de 2010. A iniciativa foi adotada para diminuir o impacto no meio ambiente e também impedir a ingestão e morte de vacas (animal sagrado). Além de multas, a violação da lei prevê prisão de até cinco anos.
Bangladesh
Bangladesh foi um dos primeiros países a promulgar, em 2002, uma lei que proíbe a fabricação, distribuição e uso de sacolas descartáveis em seu território. Ambientalistas e urbanistas culpavam os sacos plásticos, que se espalhavam pelas ruas, de agravar as inundações mortais que ocorreram no país em 1989 e 1998. Só a capital Dacca descartava 9,3 milhões de sacos descartáveis diariamente. Hoje, uma década depois, a região virou um importante polo produtor de ecobags.
Irlanda
A cobrança pelas sacolas, instituída em 2002, mudou o comportamento do consumidor, que passou a levar sua própria sacola reutilizável para o mercado. Com a criação do imposto conhecido como Plas Tax, que cobra 22 centavos de euro por sacola, a distribuição dos modelos plásticos caiu 97,5%. O valor recolhido com a venda de sacolinhas alternativas, como as de papel, é destinado a um fundo que promove a reciclagem de lixo e iniciativas ambientais.
África do Sul
O governo da África do Sul decidiu proibir em 2003 que lojas distribuam a seus clientes sacolas descartáveis para carregar mercadorias. O comerciante que infringe a lei pode receber uma multa de até 50 mil reais ou mesmo ser condenado a dez anos de prisão.
São Francisco
São Francisco, na Califórnia, foi a primeira cidade americana a banir o uso de sacolas. Somente as de papel reciclado ou biodegradáveis (feitas de goma de batata ou de milho) podem ser utilizadas. Quando a lei entrou em vigor, em 2007, a prefeitura local estimou que a iniciativa reduziria o consumo de petróleo em 3 milhões de litros por ano.
Fonte: Exame.com
