A Associação Paulista de Supermercados (APAS) analisa que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), em reduzir a taxa Selic para 8% ao ano condiz com o ambiente macroeconômico vigente. Por mais uma vez, alguns setores da atividade econômica, entre eles o comércio e mais especificamente os supermercados, se antecipam de maneira assertiva à decisão do Banco Central em reduzir a taxa básica de juros.
A taxa básica de juros definida pelo Banco Central é a menor no Brasil desde março de 1999, quando a Selic passou a ser usada como meta da política monetária. Com a queda, o País atinge taxa de juros real de 2,3% ao ano (já descontada a inflação de 5,7% nos próximos 12 meses). Deste modo, o Brasil tem a terceira maior taxa de juros real do mundo, perdendo apenas para Rússia (3,5% de juros real) e China (3,7% de taxa de juros real).
“O fraco desempenho da economia e a preocupação com o cenário externo estão por trás da decisão do BC de continuar com os cortes. A economia brasileira não pode sofrer de maneira abrupta as consequências desta crise econômica e financeira. O PIB já vem apresentando redução nas previsões para o fim de ano, e diversos setores sofrem com a crise econômica e financeira mundial”, explica o diretor de Economia da APAS Martinho Paiva Moreira.
No entanto, o diretor alerta que somente a redução dos juros não é suficiente para a retomada dos investimentos. “A atividade econômica necessita de impulsos adicionais para que haja maior fôlego para o crescimento do PIB. Mesmo com a redução dos juros, o crédito ainda não consegue se disseminar na economia devido, principalmente, ao aumento na inadimplência tanto de empresas quanto de consumidores, o que de certa forma inibe o consumo e o investimento. Isso se torna uma das principais causas da queda no ritmo da atividade econômica brasileira”, diz Moreira.
