A Associação Paulista de Supermercados (APAS) analisa que a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil em aumentar os juros básicos da economia, a taxa SELIC, pela nona vez consecutiva em 0,25 pontos percentual – de 10,75% para 11% ao ano – demonstra preocupação na busca pelo controle da inflação ao longo do tempo. Desta maneira, a autoridade monetária sinaliza que busca uma inflação dentro da meta estipulada para 12 meses.
Entretanto, esta elevação – que leva a taxa SELIC a um patamar superior ao verificado no início do mandato da presidente Dilma, em janeiro de 2011 – reduz ainda mais as projeções de crescimento para a economia brasileira. O fato agravante é que temos um patamar superior de taxa de juros, aliado a uma inflação mais persistente e com ritmo de atividade econômico mais baixo.
De acordo com a APAS, a nota divulgada pelo Banco Central após a decisão expressa cautela com a inflação mais persistente diante de uma unanimidade na decisão: “Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril de 2013, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,25 ponto, para 10,75% ao ano, sem viés”. Ainda em nota ao expressar que “O comitê vai monitorar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião para, então,definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”, o Banco Central deixa em aberto a possibilidade de continuidade na elevação da SELIC, embora em um ritmo mais moderado nos próximos meses. Desta maneira, ainda há a possibilidade de elevações de 0,25 pontos percentuais nas próximas reuniões.
Estamos diante de um quadro inflacionário mais resistente e persistente do que o esperado, porém, que deve perder força nos próximos meses, quando o aperto monetário realizado ao longo dos últimos meses se refletir em desaquecimento da economia e consequente desaceleração dos preços, mas não sabemos até que ponto este processo desiflacionário trará impacto no crescimento econômico brasileiro para 2014. De modo geral, a alta dos juros traz mais impacto ao crescimento econômico do que a um processo de desaceleração da inflação, principalmente no que diz respeito aos preços de alimentos e bebidas. A preocupação é que esta alta traga um recuo da inflação, mas sob a pena de um crescimento por mais um ano abaixo de esperado.
