Desenvolvimento sustentável. Novo modelo de negócios. Reeducação dos consumidores. Fornecimento de marcas próprias. Consciência dos colaboradores. Tecnologia. Maior relação comercial com produtores e fornecedores da indústria que não se utilizam do trabalho escravo. Expressões que nortearam o evento de comemoração aos 5 anos do Pacto pela Sustentabilidade promovido pelo Walmart Brasil, realizado na manhã da última terça-feira, 7, no Espaço APAS Centro de Convenções.
Vamos voltar a meados de 2009, ocasião em que o Walmart assumiu o compromisso, junto a parceiros da indústria e órgãos públicos, de iniciar um modelo de negócios pautado pelo desenvolvimento sustentável, com base em três pilares: Amazônia, Compras Responsáveis e Gestão de Resíduos. O evento apresentou os resultados práticos das ações desenvolvidas nos últimos cinco anos e, de acordo com o presidente do Walmart Brasil, Guilherme Loureiro, há muito que celebrar, mas também aspectos a melhorar.
“Foi um modelo de negócios iniciado em meio a uma crise e que, ao longo deste período, trouxe a tona importantes discussões e acordos setoriais passaram a ser implementados, tais como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 438, voltada ao combate ao trabalho escravo, a moratória da soja e o novo Código Florestal. O Pacto provoca uma reflexão na sociedade”, afirmou Loureiro.
O presidente do Walmart Brasil ainda agradeceu os parceiros, empresas como Netslé, Bunge, Cargill, HP, Itambé, JBS, Marfrig, Naturale, Sony e Unilever, além de salientar a necessidade do maior engajamento dos consumidores, a partir da mobilização do consumo consciente. Loureiro aproveitou para fazer um convite às redes concorrentes do Walmart. “Convido todos a serem nossos parceiros no Pacto, pois juntos seremos mais fortes”.
Presente no evento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, parabenizou todos os envolvidos no Pacto pela Sustentabilidade. “Não se faz história sem reconhecer a história”. Na visão da ministra, o desenvolvimento sustentável virou parte integrante da gestão dos negócios, com mais competitividade e engajamento. “Não podemos enxergar o consumo como vilão, afinal, é inevitável. Tivemos muitas mudanças nos últimos cinco anos, mas ainda podemos fazer muito mais. O Brasil tem que entender as oportunidades, dialogar com todos os envolvidos. Temos que viver de soluções e não problemas”, complementou.
O secretário do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Arnaldo de Campos, representando a ministra Tereza Campell, ressaltou a importância do setor supermercadista para a retirada do Brasil do Mapa da Fome da ONU, segundo dados do relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). “É um setor que aumenta a renda do País, além de ser a porta para o primeiro emprego de muitas pessoas”.
Erlon Ortega, diretor de Sustentabilidade da APAS, prestigiou o evento e também representou o presidente Pedro Celso. Na ocasião, o supermercadista entregou à ministra Izabella Teixeira os Guias Práticos para Supermercados mais Sustentáveis – temas “Projeto, Construção e Reforma” e “Operação e Manutenção”, que promovem a sustentabilidade em todas as etapas, a partir de práticas e dicas sustentáveis, que abordam temas como economia de água e energia, coleta seletiva de lixo e escolha de materiais mais ecológicos.
“O evento foi um importante elo entre as ações do Walmart, várias empresas presentes e o Governo. O Pacto é um sucesso em virtude do engajamento do varejo e indústria, sendo que a presença da ministra Izabella Teixeira mostra a relevância das ações. A diretoria de Sustentabilidade da APAS parabeniza todos pela iniciativa e também procura replicar as ações aos nossos associados”, afirmou Erlon.
Ganhos na prática
Tatiane Donato Trevisan, gerente de Sustentabilidade do Walmart, apresentou os resultados obtidos nos últimos cinco anos, que, claro, contaram com a efetiva participação dos fornecedores da indústria. Destaque para a redução de 70% do fosfato nos detergentes; oferta de produtos de lavanderia, no mínimo, duas vezes mais concentrados, orgânicos em pelo menos uma categoria de alimentos e de marcas próprias; sem contar a redução no consumo das sacolas plásticas e a restrição comerciais a empresas que se utilizam do trabalho escravo. “Trata-se de um dia feliz para comemorar os avanços dos últimos cinco anos”.
A indústria também participou do evento e algumas das empresas debateram o legado deixado pelas ações implementadas ao longo dos cinco anos do Pacto. O diretor Comercial da Naturale, Cristiano Dolzan, destacou o engajamento dos colaboradores e a contratação de parceiros e fornecedores que impeçam o trabalho escravo. Gino Di Domenico, CEO da Brasil Kirin, também fez suas considerações.
“Os pilares das ações sustentáveis são gestão e tecnologia. Também destaco o engajamento dos colaboradores, que resultaram em redução de 4 mil toneladas na geração de resíduos e com 98% de reciclagem. Também reduzimos em 20% o consumo específico de água, além da energia elétrica e combustíveis”, explicou.
Segundo a gerente de Sustentabilidade da Unilever, Ligia Camargo, dos maiores desafios neste contexto é incluir a sustentabilidade na pauta de grandes decisões da empresa, que envolve resultados, segurança e diversidade. “A educação da mudança de hábitos dos consumidores, mediante a oferta de novos produtos, também é um desafio”.
Marcelo Gonçalves, que atua na Comunicação Corporativa da Sony Brasil, afirmou que, por se tratar de uma indústria japonesa, localizada em uma ilha sem muitos recursos, a empresa já tem a sustentabilidade no DNA. “Desenvolvemos diversos programas e, dentre eles, o consumo de energia e gestão dos materiais químicos foram reduzidos”.
Luiz Pretti, CEO da Cargill, destacou a parceria com a TNC (The Nature Conservancy) no Cadastro Ambiental Rural, a partir do compromisso dos produtores com a preservação ambiental, levando-se em consideração a não utilização do trabalho escravo. “Um desafio grande é manter o diálogo com sociedade, parceiros e ONGs”, disse.
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