O mercado de alimentos orgânicos no Brasil deve crescer por volta de 35% neste ano e chegar a R$ 2 bilhões. Os dados são do Projeto Organics Brasil, desenvolvido pelo Instituto de Promoção do Desenvolvimento em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). O número ainda é muito pequeno comparado ao faturamento mundial do segmento, que foi de US$ 64 bilhões em 2013, liderado pelos Estados Unidos (US$ 35 bilhões), seguido pela Alemanha (US$ 7 bilhões) e Canadá (US$ 4,4 bilhões). No entanto, o potencial de crescimento tem animado pequenos empreendedores e estimulado as grandes redes a adotar uma política de vendas específica para esses produtos.
As grandes redes também apostam nos orgânicos, abrindo espaços específicos para vendê-lo em suas lojas e desenvolvendo linhas próprias de produtos. No Pão de Açúcar, o crescimento do segmento é de 30% ao ano. “Atualmente todas as lojas têm sortimentos da categoria. Há 650 produtos orgânicos cadastrados, sendo que na linha Taeq [marca própria do grupo] aproximadamente 260 itens são orgânicos”, informa a gerente Comercial, Sandra Saboia.
Desde 2011, a rede de supemercados Pão de Açúcar tem espaços próprios para a venda dos orgânicos. Os produtos também são vendidos pela internet. Sandra lembra que a venda dos orgânicos começou há 20 anos com poucos itens, na maioria frutas e legumes. “Hoje temos opções para todas as horas do dia: energéticos, macarrão instantâneo, balas e até óleo de soja.”
Na rede Walmart, as vendas do segmento crescem 10% em relação a 2013. O mesmo índice foi observado nos orgânicos da marca própria Sentir Bem, que incluem chás, biscoitos, granola, azeite e outros itens. Na opinião do diretor Comercial do Walmart Brasil, Luciano Nunes, a tendência é ampliar a área de exposição dentro das lojas, mas o grande desafio é a redução de custo na cadeia, o que só acontecerá com o aumento da escala. “Há dez anos, o preço dos orgânicos era três vezes maior do que atualmente. Hoje, eles ainda custam 30% a mais em comparação aos produtos tradicionais”. Segundo Nunes, o número de fornecedores com certificação ainda é reduzido fora do cinturão de grandes metrópoles como São Paulo e Rio.
Já o grupo Carrefour comercializa 200 opções de orgânicos, entre os quais estão 115 itens da linha própria, Viver. Os mais vendidos são tomate, cenoura e alface. As frutas e legumes podem ser rastreados, de forma que o consumidor tenha acesso a detalhes da origem: da fazenda na qual foram produzidos à data da colheita. Essa é uma tendência na Europa, onde os supermercados informam nas gôndolas e de forma visível, a que distância os alimentos foram produzidos.
Fonte: Valor Econômico
