O principal gás para refrigeração usado no País iniciou o processo de eliminação em 2013, cujo impacto está diretamente associado a seu custo – o R22 sofreu um aumento de 309% em menos de dois anos. Apesar de ser um processo pelo qual Europa e Estados Unidos já tenham passado, não há fórmula pronta e a informação se constitui como a principal ferramenta para a tomada de decisões. Neste contexto, técnicos da ABRAS, APAS, ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento) e ECOSUPORTE reuniram-se para traçar uma visão prática e de custo-benefício da refrigeração em supermercados, comparando as alternativas aplicáveis, atualmente, para substituição ao R22.
Apesar do Tratado de Montreal prever a eliminação total do R22 apenas em 2040 no Brasil, dados sobre consumo do gás na manutenção em supermercados demonstram que, em 2020, a quantidade de gás disponível no Brasil não atenderá todos os usuários. Para se ter uma ideia, serão 300 mil quilos de gás a menos apenas no setor supermercadista.
“É preciso que todos saibam que não se pode mais montar sistemas novos com R22. Em mais 5 anos, se houver um vazamento, o risco de não haver gás para reposição será imenso. Isso se, antes, os preços não tornarem o R22 inacessível”, comenta Maurício Cavicchiolli, diretor dos Supermercados São Vicente, de Sustentabilidade da APAS e também representante da ABRAS no Grupo Técnico de Gases de Refrigeração do Ministério do Meio Ambiente.
Entretanto, as soluções para substituição não são tão obvias, uma vez que ainda há dúvida sobre o gás a ser usada. Por este motivo, um dos resultados da reunião foi o encaminhamento para elaboração conjunta entre Ecosuporte e ABRAVA do guia com as principais soluções para substituição do R22, os pontos positivos e negativos, que, certamente, auxiliarão os supermercadistas na definição do melhor caminho a seguir.
“Fabricantes e importadores serão convidados para contribuir com este levantamento e nas definições das alternativas sobre o futuro da refrigeração comercial. A previsão é que, até junho, tenhamos todo processo concluído para multiplicação a todo setor supermercadista”, concluiu o diretor de Sustentabilidade da ABRAVA, Paulo Neulaender.
*Texto produzido pelo Dr. Thiago Pietrobon,da Ecosuporte Assessoria Ambiental para Supermercados