Com o aumento dos gastos com energia e água, que chegam a abocanhar até 3% do faturamento, o setor de supermercados saiu em busca de alternativas. Medidas simples, como a substituição de lâmpadas, por exemplo, podem fazer com que a economia chegue à casa dos milhões em apenas um ano. A coleta de água da chuva, que pode ser usada para a limpeza dos banheiros de clientes e funcionários, para a lavagem da loja e até mesmo para regar plantas que ficam nas áreas externas, também se faz efetiva na proposta de custos menores. Porém, como a questão da higiene dentro de um supermercado vem em primeiro lugar, a economia tem de ser ponderada.
“Na água é difícil obter muita economia, pois a limpeza é um item levado realmente a sério em nossas lojas. A energia elétrica, uma de nossas maiores despesas, é quem escolhemos atacar”, afirmou o presidente da rede mineira de Supermercados Independentes Giroforte, Bruno Dixini Carvalho.
Só com a substituição das lâmpadas convencionais pelas de LED, que têm duração de até 10 anos, a rede supermercadista espera gerar uma economia de 10% de quilowatts/hora. Mas todas as iniciativas não serão revertidas ao consumidor. “Não está havendo benefício aos nossos clientes, pois o quilowatt tem subido sistematicamente. Até mais do que temos conseguido abaixar o consumo. Infelizmente teremos de repassar esse gasto aumentado os preços dos produtos ao consumidor, aos poucos”, concluiu Carvalho, em entrevista ao DCI.
Acessibilidade e grandes players
Os custos para a implementação de projetos ainda assusta os supermercadistas. Em especial os de menor porte. Mas segundo o diretor da Luminae, André Ferreira, o retorno do investimento é rápido. “O empresário vê o retorno no montante investido em no máximo um ano e meio”, disse. Há seis anos no mercado, a Luminae atende principalmente supermercadistas e neste período garante ter ajudado muitas redes a economizarem 400 milhões de quilowatts hora. “Isso representa economia de R$ 200 milhões no período”.
Com mais capital para investir em ações sustentáveis, redes supermercadistas como o (GPA) conseguem gerar economia, em especial com energia, acima de 20%. Em nota, o GPA informou que intensificou suas ações no segundo semestre do ano passado e que elas envolveram a produção própria de energia com geradores. “Hoje, 80% das lojas, exceto as de proximidade, têm gerador”.
No Carrefour, a parceria com empresas fornecedoras resultou em bons resultados. Segundo a rede, o Programa Ação Renove o Meio Ambiente recolheu por um ano 70 mil litros de óleo de cozinha usados. Se cada litro tem o potencial de poluir 25 mil litros de água, mais de 1,75 milhões de litros foram preservados.
Guias da APAS
As obras, de referência para o setor supermercadista, promovem a sustentabilidade em todas as etapas, a partir de práticas e dicas que abordam temas como economia de água e energia, coleta seletiva de lixo e escolha de materiais mais ecológicos. Todas as ações resultam em redução de custos, retorno financeiro, valorização da marca, criação de novos relacionamentos comerciais e conscientização.
O projeto de iluminação artificial das lojas, por exemplo, que está ligado à arquitetura no varejo, influenciando a experiência de compra do consumidor, é um dos assuntos abordados no Guia. Aspectos como menor consumo de energia e baixo custo de manutenção devem ser levados em conta nas chamadas lojas verdes.
“O Guia para Supermercados Sustentáveis – Projeto, Construção e Reforma atribui conceitos de sustentabilidade e informa os supermercadistas em relação aos principais pontos discutidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos, como eficiência energética, reciclagem de resíduos e os impactos ambientais gerados após o consumo”, afirma o diretor de Sustentabilidade, Erlon Godoy Ortega.
Todos os associados da APAS receberam ambos os Guias, e demais interessados podem requisitá-los por meio da Central APAS de Relacionamento, pelo telefone (11) 3647-5000.
Veículo: DCI