Durante muitos anos, o mercado varejista serviu como um propulsor da economia brasileira, chegando até a andar na frente do PIB do País, graças a fatores como o emprego estável e o aumento da renda do consumidor, refletindo uma tendência de crescimento que se traduzia na expansão local e regional das principais redes do setor.
Em 2015, este cenário mudou. Para compensar a freada na estratégia de expansão, o desafio passou a ser interno, em busca de uma atenção maior por parte do consumidor. Para isso, o setor tem investido cada vez mais em tecnologia, no intuito de reter sua base de clientes por mais tempo dentro das lojas e também reduzir as perdas e aumentar a taxa de conversão.
São novos desafios, mas que ainda têm como foco a competitividade no setor, com ênfase na diferenciação e na geração de novas propostas de valor para cativar as preferências dos consumidores. Um deles é a ampliação do porcentual de pessoas que, ao entrarem em uma loja, compram algum produto. Busca-se também avaliar a eficácia das campanhas de marketing e o posicionamento dos produtos, de tal forma que seja o mais atrativo em um supermercado, por exemplo.
A grande tendência que hoje se vê nesse momento de menor expansão das redes e maior disputa pela conversão de intenções em compras é a capacidade de integrar novas soluções analíticas no processamento de dados, que resulte em melhores estratégias de negócio, como é o caso da contagem de pessoas ou o monitoramento de produtos para a melhor gestão da cadeia de abastecimento. São ferramentas úteis, criadas para melhorar a disposição dos produtos e aumentar as vendas, assim como também servem para gerir as equipes internas e evitar atrasos nos caixas ou nas centrais de pagamento.
Além disso, em algumas redes do setor varejista, já está sendo usada uma tecnologia para criar mapas de calor, que se alimentam das imagens das câmeras para gerar informações precisas sobre o fluxo dos clientes na loja. Essa análise em tempo real permite entender que tipo de interação eles têm com os produtos, a fim de melhorar sua distribuição e o layout das lojas, bem como avaliar novas promoções e campanhas de marketing.
A tendência é crescente. Na Inglaterra, por exemplo, um levantamento dos principais negócios e redes de varejo revelou que um terço adotou soluções abaixo do padrão IP, enquanto que 60% planejavam adotar estas tecnologias no intuito de fazer uma mudança para o mundo digital. A rede Sodimac, na Argentina, e a Ripley, no Chile, também instalaram câmeras IP com qualidade de imagem HD, no intuito de detectar fraudes e roubos que possam ocorrer em suas dependências. E também já estão usando softwares analíticos para a contagem de pessoas.
Estes exemplos nos dão uma visão de como os gerentes e administradores do setor estão se tornando cientes da importância de se investir nestas e outras tecnologias para fazer a diferença em um cenário tão competitivo e se posicionarem como líderes junto aos seus clientes e ao mercado em geral.
Fonte: Artigo de Andrei Junqueira, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Axis Communications.