O faturamento real dos supermercados no Estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE) registrou queda de 1,25%, de janeiro a julho deste ano em relação ao mesmo período de 2014, segundo levantamento feito pelo departamento de Economia e Pesquisa da APAS – Associação Paulista de Supermercados. Em julho, houve queda de 0,05% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O levantamento foi feito com o conceito de Mesmas Lojas – que consideram as que operam no tempo mínimo de 12 meses. Nesse conceito, a queda nas vendas se dá diante de um cenário econômico que alia elevação do desemprego, redução da renda e inflação elevada e persistente, o que reduz o poder de compra do consumidor, impactando diretamente no resultado das empresas do setor supermercadista.
Conforme explicou o gerente de economia e pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, o desempenho neste ano deve ser o pior desde 2006 em função da situação econômica vivida pelo país atualmente. “O agravante é que as margens estão cada vez mais reduzidas diante das elevações dos custos e despesas, como energia elétrica e impostos, impactando ainda mais o resultado das empresas supermercadistas”, disse.
No conceito de Todas as Lojas – que consideram todas criadas no período pesquisado – houve elevação de 0,73% no acumulado de janeiro a julho. Em julho, a alta foi de 1,84% em relação a igual período do ano passado, e alta de 3,59% em relação a junho deste ano.
O crescimento verificado no conceito de Todas Lojas se dá diante da abertura de novas lojas ao longo de 2015, principalmente no segmento de minimercado e lojas de proximidade. “Isso tem contribuído para uma queda menos expressiva deste segmento, já que em todo o comércio varejista a queda já desponta de modo generalizado e persistente ao longo de 2015”, afirma o gerente.
IPCA / IBGE
Quando se considera o faturamento real dos supermercados no estado de São Paulo, mas deflacionado pelo IPCA/IBGE, foi apontada queda de 1,80% no acumulado de 2015 em relação ao mesmo período de 2014, no conceito de Mesmas Lojas.
Em julho, houve queda de 0,43% em relação a julho de 2014 e alta de 3,80% em relação a junho. No conceito de Todas Lojas houve elevação de 0,17% de janeiro a julho em relação ao mesmo período de 2014. Em julho, a alta foi de 1,45% em relação a julho de 2014 e 3,80 % em relação a junho.
Já o faturamento nominal dos supermercados no estado de São Paulo no acumulado de janeiro a julho de 2015 teve alta de 6,33% no conceito de Mesmas Lojas, em relação a 2014. Em julho, a alta foi de 9,09% comparado com julho de 2014 e 4,44 % sobre junho. No conceito de Todas Lojas houve alta de 8,48% de janeiro a julho em relação a 2014. Em julho, a alta foi de 11,15% em relação a julho de 2014 e 4,44 % em relação a junho.
Momento delicado no setor
O poder de compra da população tem sido afetado diante do quadro de inflação mais elevada e persistente, aliado ao momento econômico atual de desemprego e redução da renda. Neste cenário, o setor supermercadista deve registrar uma queda de, aproximadamente, 0,5% a 1% nas vendas.
Para que as vendas não caiam de maneira expressiva, o supermercado vem realizando intensivas negociações junto à indústria, bem como reduzindo suas margens. “As perspectivas no curto prazo são de que ainda haja piora antes da economia voltar ao eixo”, destaca Rodrigo Mariano.
Segundo ele, as margens do setor são prejudicadas de duas maneiras: redução das vendas diante de um cenário econômico ruim, e aumento dos custos e despesas frente à elevação do custo de energia elétrica e impostos, por exemplo. “Este somatório exige por parte dos supermercados um olhar mais apurado para o comportamento do consumidor e para os custos e despesas da empresa, na busca por um menor impacto negativo nos resultados”, finaliza.
Nota Metodológica: O Índice de Vendas dos Supermercados tem como objetivo acompanhar e analisar o desempenho das vendas do setor supermercadista no estado de São Paulo através da evolução do faturamento dos Hipermercados e dos Supermercados. A pesquisa é composta por hipermercados e supermercados do estado de São Paulo, os quais possuem uma representatividade de 85% do setor supermercadista. Os indicadores são divulgados tanto em caráter de mesmas lojas (que consideram apenas lojas abertas há pelo menos um ano) e de todas lojas (que consideram todas as lojas criadas no período pesquisado). As análises dos resultados auxiliam os empresários do setor na tomada de decisão com relação a reabastecimento, investimentos, compras, estoque. E de maneira geral auxilia o mercado na análise de tendências, plano de negócios, potencialidades e inserção no mercado.