O Índice de Vendas dos Supermercados (IVS), calculado pela APAS e FIPE, é destaque em grandes veículos de comunicação. O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, DCI, Isto É Dinheiro, A Tribuna e Diário do Grande ABC foram algumas das publicações que repercutiram a queda nas vendas na ordem de 1,88% em 2015.
Confira, abaixo, o IVS na íntegra:
O Faturamento Real dos supermercados no Estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE) no conceito de Mesmas Lojas – que considera as lojas em operação no tempo mínimo de 12 meses – registrou queda de 1,88%, de janeiro a agosto de 2015 em relação ao mesmo período de 2014. Em agosto, houve queda de 2,08% em relação a agosto do ano anterior e, em comparação com julho deste ano, houve elevação de 2,43%.
A queda nas vendas no conceito de mesmas lojas se dá diante de um cenário econômico que alia a piora da economia refletida pela elevação do desemprego, redução da renda e inflação elevada e persistente, reduzindo o poder de compra do consumidor, o que impacta diretamente em um menor volume de vendas.
A Associação acredita que o desempenho dos supermercados neste ano deve ser o pior desde 2006. “O agravante é que as margens estão cada vez mais reduzidas diante das elevações dos custos e despesas, como energia elétrica e impostos, impactando ainda mais o resultado dos supermercados”, afirma Rodrigo Mariano, gerente do departamento de Economia e Pesquisa da APAS.
No conceito de Todas as Lojas – que considera todas as lojas criadas no período pesquisado – houve elevação no acumulado de janeiro a agosto de 0,65%. Em agosto houve queda de -1,18% em relação a agosto de 2014, e houve alta de 1,96% em relação a julho deste ano.
O crescimento verificado no conceito de Todas Lojas se dá diante da abertura de novas lojas ao longo de 2015, principalmente, no segmento de minimercado e lojas de proximidade, que tem contribuído para uma queda menos expressiva deste segmento, já que em todo o comércio varejista a queda já desponta de modo generalizado e persistente ao longo de 2015.
Já o Faturamento real dos supermercados no estado de São Paulo (deflacionado pelo IPCA/IBGE) no acumulado de 2015 em relação ao mesmo período de 2014 apontou queda de 2,40% no conceito de Mesmas Lojas. Em agosto houve queda de 2,36% comparado a agosto de 2014 e alta de 2,02% em relação a julho.
No conceito de Todas Lojas houve retração de 1,18% de janeiro a agosto em relação a janeiro a agosto de 2014. Em agosto a queda foi de 1,47% em relação a agosto de 2014 e houve alta de 1,55% em relação a julho.
O Faturamento nominal dos supermercados no estado de São Paulo no acumulado de janeiro a agosto de 2015 em relação a 2014 teve alta de 5,85% no conceito de Mesmas Lojas. Em agosto a alta foi de 6,94% em relação a agosto de 2014 e houve alta de 2,24% em relação a julho.
No conceito de Todas Lojas houve alta de 7,17% de janeiro a agosto em relação a 2014. Em agosto a alta foi de 7,92% em relação a agosto de 2014 e houve alta de 1,78% em relação a julho.
O economista ressaltou que até meados de 2014 o setor supermercadista crescia acima de dois dígitos no faturamento nominal, mas, diante do quadro de inflação mais elevada e persistente, aliado ao momento econômico atual de geração de desemprego e redução da renda, o poder de compra da população tem sido afetado e isso se reflete em um desempenho em queda de vendas nos supermercados.
Porém, diante de um cenário de queda no PIB para este ano em torno de 2% e de retração no comércio varejista de maneira mais expressiva, o setor supermercadista deve registrar uma queda de, aproximadamente, 0,5% a 1%. “Não há nada a se comemorar em um cenário como este, mas há esforços para sairmos deste momento econômico de modo a não impactar de maneira expressiva o desempenho das empresas supermercadistas, que tem ao longo de 2015 realizado intensivas negociações junto à indústria, bem como reduzindo margens para que as vendas não caiam de maneira expressiva”, diz.
Ele explicou ainda que enquanto isso não se resolve as margens do setor são prejudicadas de duas maneiras: redução das vendas diante de um cenário econômico ruim e elevação dos custos e despesas, diante da alta nos custos de energia elétrica e impostos. “Este somatório exige por parte dos supermercados um olhar mais apurado para o comportamento do consumidor e para os custos e despesas da empresa na busca por um impacto negativo menor nos resultados”, finaliza.
Créditos da foto: Estado de S.Paulo