O tradicional prato brasileiro, composto por arroz, feijão, bife e batata-frita, está mais caro. O levantamento realizado pelo departamento de Economia e Pesquisa da APAS, utilizando dados do Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS), foi destaque em alguns dos principais veículos de comunicação do Estado.
No ano, o preço do arroz subiu 1,28% (4,99% em 12 meses) e o feijão teve alta de 20,28% (39,29% em 12 meses). O bife também subiu, tanto alcatra (4,74% no ano, e 15,77% em 12 meses) quanto o coxão-mole (9,79% no ano e 11,31% em 12 meses). Já a batata teve alta expressiva de 5% no ano e 91,62% em 12 meses.
De acordo com o gerente de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, os preços impactam diretamente o poder de compra da população, já que a alta de itens de primeira necessidade, que integram a cesta básica da maior parcela da população, refletem de maneira mais expressiva nas classes de renda mais baixa.
“Para a população mais pobre, cerca de 30% do salário é destinado às compras de alimentos e bebidas, enquanto para a média dos brasileiros os alimentos representam, aproximadamente, 20% destas despesas”, conta.
Para o economista, a pressão sobre os custos continua sendo o principal fator a comprimir os preços dos produtos. Ele citou como exemplos o reajuste no preço da energia elétrica e a variação expressiva do dólar.
Em outubro, houve uma desaceleração dos produtos in natura em função de uma maior oferta de produtos, da melhora no clima e do período de safra de alguns artigos, o que favoreceu o cultivo de frutas, legumes e verduras. “Isso ajudou a evolução mais moderada no indicador geral de preços nos supermercados. Ou seja, não fosse o comportamento de desaceleração dos preços dos produtos in natura, a inflação dos supermercados neste mês seria ainda mais alta”, finaliza Rodrigo.