O setor supermercadista tem um papel importante na busca pela manutenção dos preços em patamares estáveis, o que contribui para segurar a inflação no Brasil. E os indicadores de inflação APAS/FIPE apontam este esforço dos supermercados junto à indústria ao demonstrar uma alta moderada nos preços. Os ganhos de eficiência e produtividade, aliados às constantes negociações junto à indústria, possibilitam oferecer preços mais competitivos aos consumidores.
O problema é que esse esforço impacta negativamente as margens que já são reduzidas, pois os custos e despesas do setor foram constantemente influenciados pela inflação alta e pelos reajustes expressivos dos preços administrados em 2015.
Neste ano, o comportamento dos preços da cerveja se manteve da seguinte forma:
– No acumulado do ano, a alta foi de 4,75% (janeiro a outubro) e, em 12 meses, a alta nos preços foi de 6,36%;
– Ao longo dos meses de 2015, o comportamento foi o seguinte: janeiro: 1,03%, fevereiro: 0,27%, março: 0,22%, abril: -0,50%, maio: -0,23%, junho: -0,36%, julho: 0,23%, agosto: 1,51%, setembro: -0,37% e outubro: 2,90%.
Ao considerar o aumento na alíquota das cervejas, é provável que os preços sofram alterações ao longo dos próximos meses, principalmente porque o varejo não consegue manter os preços diante de margens já exprimidas frente aos impactos expressivos nos custos neste ano, principalmente pelo aumento dos custos da energia elétrica.
O impacto do aumento varia de item a item e ainda não é possível verificar alterações nas vendas diante do aumento na alíquota. Na margem, o impacto deve ser pequeno, talvez de centavos, e diante disso, o consumidor deve estar atento e pesquisar os preços para que possa se beneficiar encontrando preços mais competitivos.