A APAS avalia que o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 reflete a má condução da política econômica do governo federal ao longo dos últimos anos, que impactou na redução da produção, do investimento, do emprego e da renda. Como não poderia deixar de ser, a junção destes fatores negativos afetou diretamente o consumo das famílias, que tem parcela significativa na participação do PIB brasileiro.
Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,8% em relação a 2014, atingindo R$ 5,9 trilhões no período. Na comparação trimestral (quarto trimestre de 2015 ante quarto trimestre de 2014) houve queda de 1,4%. Esta é a pior retração desde 1990, quando a economia teve retração de 4,35%. Isso é algo impensável e inaceitável para uma economia do tamanho da econômica brasileira, que está entre as 10 maiores econômicas do mundo e que já esteve entre as 6 maiores economias do mundo.
Na avaliação da APAS, os últimos anos de descompasso da política econômica por parte do governo federal, tanto do ponto de vista da política fiscal, com excessivos gastos e má gestão dos gastos e pela falta de coordenação da política monetária.
Todos os setores apresentaram queda, com exceção da Agropecuária (que teve queda de 1,8%). O destaque negativo vai para a queda expressiva da indústria, que teve queda anual de 6,2% e da Formação Bruta de Capital Fixo com queda de 14,1%. Sem investimento a economia não sairá da crise, e para ter investimento deve haver confiança, que é o fator importante para a retomada dos investimentos produtivos por parte dos empresários. Ninguém investirá se não houver confiança, e neste momento a confiança está sendo afetada tanto pela crise política. Portanto, a retomada da confiança é fundamental, ou seja, sem resolver as questões políticas dificilmente haverá o desentrave para a retomada da recuperação a economia brasileira.
Do ponto de vista do setor supermercadista, o destaque negativo é a queda no consumo das famílias que atingiu -4%, prejudicando o desempenho do varejo brasileiro, e consequentemente, impactou o setor supermercadista. Assim, o Comércio apontou queda de -8,9%, e os reflexos são sentidos em todos os segmentos do comércio, incluindo o setor supermercadista, que vem sofrendo com a redução da atividade econômica, que se traduz em redução do emprego e da renda da população, e assim, tem contribuído para a redução do ritmo de vendas dos supermercados. Em 2015, a queda no faturamento do setor supermercadista brasileiro foi de 1,9%, e a queda no faturamento do setor supermercadista paulista foi de 1,39%.
Deste modo, ao longo de 2015 já foi verificado um alinhamento maior entre a indústria de alimentos e bebidas e varejo supermercadista no sentido de contribuir para que o desempenho das vendas não seja tão impactado diante deste cenário econômico que se deteriora dia após dia. Ou seja, os empresários têm buscado alternativas e oportunidades para driblar a crise, falta o apoio do governo neste cenário.
A junção de desemprego, queda de renda aliado a inflação tem afetado de maneira expressiva as vendas de supermercados. A inflação, ao reduzir o poder de compra da população também tem afetado de maneira direta as vendas nos supermercados, já que o consumidor necessita fazer escolhas em relação aos seus gastos, e optam muitas vezes por produtos mais baratos ou até mesmo faz escolhas de levar ou não alguns produtos. Mas, o quadro tem se agravado pela queda no emprego, o que de fato agrava a situação já ruim da economia brasileira.
O PIB per capita registrou queda de 4,6% em relação a 2014, e atingiu R$ 28.876, mas vale ressaltar que em 2014 em relação a 2013, já havia sido registrado queda de 0,8%. Ou seja, a população brasileira está empobrecendo. E a expectativa é de que o PIB per capita cairá pelos próximos dois anos, o que representa que a população brasileira continuará empobrecendo.