O setor supermercadista está segurando o reajuste de preços ao consumidor. A constatação é do vice-presidente e diretor das Regionais e Distritais da APAS, Renato Gaspar Martins, que, ao lado de outros diretores da entidade, visitou a sede do Jornal da Cidade (JC), de Bauru.
“O aumento percebido nos supermercados nos últimos tempos não foi decorrente da inflação. Foi provocado por eventos climáticos e pela alta do dólar”, atribui Gaspar, que visitou o JC pouco antes do jantar que lançou a APAS 2016 na cidade do interior.
A avaliação é reforçada pelo vice-presidente da Apas Jad Zogheib, diretor presidente da rede Confiança Supermercados. “Alguns produtos, como o açúcar e o leite, subiram. Mas isso ocorre em virtude da oportunidade de exportação em função do valor do dólar. Como o comércio interno está fraco, há um incentivo na exportação para manter equilíbrio da balança”, explica.
Os representantes da Apas defendem ainda que não é de hoje que os supermercados têm segurado a inflação. “O que se tem hoje é uma inflação baseada no aumento de custo da moradia, energia, combustível… mas não do setor”, reforça Renato Martins.
Cenário
Um dos únicos setores que parece ainda não ter sofrido de fato com o desemprego em virtude da crise, o ramo supermercadista fechou o ano passado com 1,5 mil admissões a mais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados pela Apas.
Apesar disso, há pessimismo advindo da retração de 1,39% registrado nas vendas de 2015 em relação a 2014. “Não é um bom cenário, mas ainda assim é melhor do que nos outros setores do varejo. O supermercado é o último a sentir a crise e o primeiro a se recuperar.
Todo mundo aproveita para organizar a casa, diminuir custos operacionais, melhorar a formação do pessoal. Enxugamos os custos para não repassarmos ao consumidor”, completa Renato.
Economia
Tema que norteou a última edição da Feira Apas, a redução dos custos operacionais no supermercados, inclusive, tem sido um dos grandes exercícios nos estabelecimentos. A energia elétrica é hoje o segundo maior gasto no orçamento do setor, perdendo apenas para as folhas de pagamento.
“A conta aumentou mais de 100%. A adequação nas lojas foi necessária, alguns fecharam ilhas de congelados, balcões de carne e apostaram em iluminação LED. Tudo para reduzir e não repassar ao consumidor”, comenta Erlon Godoy Ortega, vice-presidente da Apas e diretor da 32.ª Feira e Congresso de Gestão Internacional, que acontece na Capital em maio, com o foco em trazer mais inovações, perspectivas e oportunidades ao setor.
Negociação
E o poder de negociar junto aos fornecedores tem aumentado à medida que os consumidores buscam mais opções de preços. “O supermercadista não repassa o aumento do fornecedor de imediato. Há um estoque e isso ocorre de forma gradativa. Issoo se ocorre, até porque há um período de negociação”, acrescenta Erlon.
“Antes, a pessoa comprava os produtos que estava acostumada e que estavam em seu campo de visão. Agora, elas querem buscar o mais barato e confrontar preços. E as grandes marcas não querem perder”, complementa Emerson Svizzero, diretor da Apas regional Bauru.
Concorrência entre fornecedores e os supermercadistas que acabam surtindo efeito positivo ao consumidor, segundo a Apas. Para Jad Zogheib, a competitividade acirrada dos supermercados é a principal responsável em não permitir que a inflação evolua. “É algo que ocorre em todo o varejo”, pontua
Link da notícia completa: http://www.jcnet.com.br/Bairros/2016/04/os-supermercados-tem-segurado-o-aumento-de-precos-ao-consumidor.html