O cenário para o preço do boi gordo será desafiador no próximo ano. A oferta volta a subir, e há riscos tanto para a demanda interna como para a externa. Do lado da oferta, “há indícios de que estamos na virada do ciclo pecuário”, diz Guilherme Melo, analista de Agronegócios no Itaú BBA.
Em estudo, o banco aponta que poderá haver aumento de abates de vacas, provocado pela redução das margens na cria, puxada pela queda de preço do bezerro. Além do aumento da oferta de vacas, também provocada pelo aumento da produtividade, é prevista a possibilidade de uma disponibilidade maior de bois para abate.
Condição climática melhor, o que confere maior peso aos animais, e maior número de animais em semiconfinamentos e confinamentos vão elevar a oferta de carne. A demanda interna deverá ser afetada pelo elevado nível de endividamento da população e pela alta taxa de desemprego.
Do lado externo, a carne brasileira se beneficia do câmbio um pouco mais desvalorizado, da oferta limitada de alguns países produtores e de uma recuperação parcial dos preços médios do petróleo, segundo Melo.
Porém, a reabertura da China para a carne bovina dos Estados Unidos poderá ser um dos riscos para o avanço do produto nacional. Outro fator que merece atenção é a elevação da produção e exportação global de carne de frango. O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) prevê alta de 5% no comércio global.
Fonte: Folha de São Paulo