O crescimento do setor de supermercados em Birigui e Penápolis, segunda e terceira maiores cidades da região de Araçatuba, respectivamente, mostra o caminho que estes municípios têm trilhado no sentido de dinamizar as atividades econômicas. Ambos viram seus principais carros-chefes serem duramente afetados pela recessão econômica enfrentada pelo Brasil nos últimos anos. No caso de Birigui, a produção calçadista e, em Penápolis, a agroindústria.
Recentemente, duas grandes redes iniciaram suas atividades nestas praças. Em Birigui, começou a atender o Tonin Superatacado, que já tem unidade em Araçatuba. Em Penápolis foi a vez do Laranjão, que abriu a primeira loja na região.
A rede de hipermercados Muffato, já existente em Araçatuba, anunciou, para o segundo semestre do próximo ano, a abertura de seu primeiro empreendimento na capital do calçado infantil. Com duas novas grandes redes — Muffato e Tonin — Birigui, principalmente, vê novas oportunidades. Atualmente, o calçado é responsável por 65% da mão de obra empregada na indústria local. O mesmo setor responde por 75% da atividade do setor secundário no município.
Apesar da retomada nas contratações no segmento ao longo deste ano, após um 2015 que registrou o fechamento de mais de 2 mil postos de trabalho com carteira assinada, o desemprego na cidade ainda é grande.
Juntas, as duas novas redes devem gerar, em um primeiro momento, perto de 800 empregos diretos na cidade — 178 já criados pelo Tonin e 600 pelo Muffato, dentre os funcionários de sua construção e os que trabalharão quando a loja estiver aberta.
Em Penápolis, o Laranjão prevê a abertura de 170 postos de trabalho. Ou seja, somando-se os investimentos milionários dessas três empresas, são quase mil novos empregos. Esse número equivale a 28,6% do total de contratações ocorrido no setor supermercadista entre julho, agosto e setembro deste ano no Estado. No período, conforme o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, foram criadas 3.489 oportunidades de trabalho em supermercados de todo o território paulista.
Além de estimular a concorrência no mercado, a chegada destas marcas traz outros pontos positivos para a economia regional. São estabelecimentos com perfis diferentes, o que aumenta o leque de opções para o consumidor. Por tabela, dá mais caminhos para a população manter o ritmo de compra de produtos de necessidades imediatas, como nas áreas de alimentação, higiene e limpeza, setores que, apesar da crise econômica atual, mantêm bons resultados em termos de lucratividade. Pode estar aí a explicação para o setor supermercadista se encontrar em expansão, mesmo com um cenário não muito favorável na economia.
Dados da APAS mostram que, em 2015, a região foi responsável por 1,3% do faturamento do setor, o que representa cerca de R$ 1,2 bilhão. Só na cidade de Araçatuba, o volume movimentado no último ano chegou a R$ 373 milhões.
Fonte: Folha da Região