O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE, apresentou retração em novembro com variação de -0,85%. Por mais um mês, a variação do índice se deve à continuidade da desaceleração nos preços de FLV (Frutas, Legumes e Verduras) com queda de -3,64%; e à redução dos preços do feijão (-15,19%) e do leite (-7,79%).
No acumulado de janeiro a novembro, o IPS apresentou alta de 7,36%. Em 12 meses, a elevação nos preços dos supermercados atingiu 9,15%. A título de comparação, a inflação em 12 meses em outubro de 2015 foi de 9,51%, portanto, verifica-se uma desaceleração quando comparado com o ano anterior, fruto do comportamento dos preços verificados em novembro.
No mesmo mês, também foi registrada queda de 3,64% em Produtos In Natura, com destaque para a redução dos Legumes (-15,66%), diante da redução nos preços de tomate (-26,86%), pimentão (20,65%) e cenoura (2,75%); além da queda nos preços de Tubérculos (-19,84%), diante da redução de preços em batata (-11,78%).
“Em 12 meses, os Produtos In Natura apresentaram queda nos preços de 3,32%. Já no acumulado de janeiro a novembro, há uma queda de – 6,99%. As altas expressivas verificadas ao longo do primeiro semestre foram revertidas e já apontam desaceleração em diversos itens e, em alguns casos, há redução dos preços diante de uma maior disponibilidade, principalmente dos itens de legumes”, explica Rodrigo Mariano, gerente de Economia e Pesquisa da APAS.
Carnes, leite e cereais (Semielaborados) registraram queda de 2,26% em novembro, influenciadas pela queda nos preços do leite (-7,79%) e do feijão (-15,19%). “Por mais um mês, a queda no preço do leite e do feijão estão diretamente relacionadas à retomada da recomposição dos estoques do produto, que, em meses anteriores, havia sido afetado pela junção de fatores climáticos e sazonais”, diz Mariano.
No acumulado de janeiro a novembro, a alta nos preços do leite é de 9,03% e, em 12 meses, a elevação é de 10,02%. Já o preço do feijão, de janeiro a novembro, registra alta de 60,99% e, em 12 meses, a elevação é de 76,31%. De modo geral, em 12 meses, a elevação nos preços dos produtos semielaborados foi de 7,98% e, no acumulado de janeiro a novembro, de 6,55%.
Os produtos industrializados mantiveram relativa estabilidade com variação de -0,04% em novembro. O comportamento mais favorável reflete a queda nos preços dos derivados do leite (-1,10%).
“As quedas nos preços do leite se dissemina de maneira mais intensa nos preços dos derivados. Em 12 meses. a elevação nos preços dos produtos industrializados foi de 12,42% e, no acumulado de janeiro a novembro, a alta é de 10,97%, ou seja, patamares ainda elevados e que pressionam os preços nos supermercados ao longo de 2016”.
Bebidas alcoólicas apresentaram alta em novembro, com variação de 0,53%, reflexo da elevação no preço da cerveja (0,71%). Em 12 meses, a alta nos preços foi de 8,68% e, no acumulado do ano, há alta de 8,09%. Já as bebidas não alcoólicas registram alta de 0,36%, diante da elevação, principalmente, do refrigerante (0,31%). Em 12 meses, a alta nos preços foi de 10,86% e, no acumulado do ano, de 9,37%.
Os preços dos produtos de limpeza apresentaram ligeira queda de -0,12%, impactados pelos preços do sabão em pó com variação de -0,86%. “Em 12 meses, a elevação nos preços dos produtos de limpeza foi de 10,80% e, no acumulado do ano, a alta é de 8,77%. Os artigos de higiene e beleza apontaram alta de 0,27%, impactados pela alta nos preços do creme dental (1,75%). Em 12 meses, a elevação nos preços dos artigos de higiene e beleza foi de 9,07% e, no acumulado de janeiro a novembro, a alta é de 6,73%”.
Em novembro, as variações negativas estiveram presentes em 46,85% dos itens, de acordo com o índice de difusão (proporção das variações de preços negativas), ficando acima da média para os últimos 24 meses, que é de 36,26%.
“Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 218,92%, o IPCA/IBGE tem alta de 455,40%, o IPC-FIPE tem aumento de 344,20% e o IPA/FGV tem variação de 633,32%. A evolução dos preços ao longo dos anos aponta elevação mais moderada no setor supermercadista, diante da característica de concorrência, ao qual os ganhos de eficiência e produtividade, aliados as constantes negociações junto à indústria, possibilitam preços mais competitivos para serem ofertas aos consumidores”, comenta Mariano.
A perspectiva para dezembro é de relativa estabilidade nos preços para diversas categorias. A inflação em 12 meses até dezembro deve se manter em torno de 9%, o que contribui para uma evolução mais moderada se comparada a 2015, em que a inflação em 12 meses foi de 11,33%.