O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS em parceria com a Fipe, registrou queda de 0,49% em setembro de 2025. No acumulado do ano, o índice apresenta alta de 2,22%, enquanto nos últimos 12 meses o avanço é de 5,65%.
O resultado reflete a continuidade de movimentos distintos entre as categorias, com destaque para a deflação de alimentos in natura e de artigos de limpeza.
Movimentos por categorias
A categoria de alimentação e bebidas apresentou variação de -0,53%, influenciada principalmente pela queda nos preços de produtos in natura (-5,16%) e semielaborados (-0,20%). Em sentido oposto, industrializados (0,18%), bebidas não alcoólicas (0,36%) e bebidas alcoólicas (0,54%) registraram aumentos.
Entre os produtos in natura, as quedas mais expressivas ocorreram em tubérculos (-18,08%) e legumes (-9,29%), impulsionadas pela maior oferta de batata, cebola e tomate. Já as frutas apresentaram alta de 3,94%, influenciadas por fatores sazonais, como a entressafra e a redução temporária da oferta de itens como limão e maracujá.
Os ovos (-3,47%) e as verduras (-1,79%) também contribuíram para a retração da categoria.
Nos produtos semielaborados, a carne bovina voltou a subir (0,35%), após o recuo de 0,59% em agosto, influenciada pela menor oferta de animais para abate e pelo recorde das exportações do produto.
Os artigos de limpeza registraram deflação de 1,24%, revertendo a alta observada no mês anterior. A redução foi puxada por itens como sabão em pó, desinfetantes e amaciantes. Já os produtos de higiene e beleza subiram 0,57%, com destaque para sabonetes e produtos capilares.
Cenário externo e perspectivas
O desempenho do setor supermercadista em setembro ocorreu em meio a um cenário econômico global desafiador. Mesmo com a entrada em vigor das tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros, o país registrou recorde histórico de exportações no mês, somando US$ 30,5 bilhões.
A rápida adaptação do Brasil ao redirecionar suas vendas para novos destinos – como China, Argentina, Países Baixos e México – permitiu mitigar os efeitos iniciais das tarifas e reforçou a resiliência do setor produtivo.
A APAS projeta que, apesar dos desafios internacionais e da volatilidade de custos, a inflação no setor supermercadista siga em ritmo moderado até o fim do ano, sustentada por boas safras agrícolas e estabilidade no câmbio.
