Mesmo com a desaceleração, as vendas do segundo bimestre fecharam em alta. É o que revela o estudo “Tendências do 2º Bimestre de 2011”, realizado pelo Instituto Nielsen – parceiro da Associação Paulista de Supermercados (APAS). A pesquisa demonstrou que apesar do aumento menos acelerado que no ano passado, as vendas de alimentos e bens de consumo não duráveis continuaram crescendo.
O percentual de crescimento do período (2,3%) apresenta desaceleração quando comparado ao primeiro bimestre do ano, que chegou a 3,2%. O número é ainda menor quando comparado ao mesmo período de 2010, que na época teve alta de 6,4% com relação ao ano de 2009. Uma das grandes responsáveis pela desaceleração foi a menor procura pelos itens das cestas de bebidas, com destaque para a categoria de cervejas, que nos quatro primeiros meses do ano apresentou variação de -0,1% no volume vendido.
Segundo a gerente de análises especiais da Nielsen, Arlete Soares Corrêa, essa categoria é sensível a variações de preço. A cesta de Bebidas Alcoólicas cresceu, em vendas, apenas 1,3% no período, e no ano anterior bateu o percentual de 10,1%. “A comparação com o ano passado é feita com uma base muito alta, mas sem dúvidas que os números de 2011 representam os impactos dos últimos reajustes de preço”, afirmou.
A cesta de Bebidas Não Alcoólicas seguiu o mesmo caminho, apresentando um crescimento de 3% até abril. Resultado bem diferente que a alta de 10,7% do ano passado. Nesse caso, os números refletem a alta de preço dos refrigerantes, que foi 1,2% superior à inflação, ocasionando a queda de vendas da categoria. Esse impacto acaba tendo destaque, pois Cerveja e Refrigerante são as categorias mais importantes para o varejo, representando, respectivamente, 19,2% e 12,8% do total do faturamento de padarias, lanchonetes, bares e supermercados. Entretanto, Arlete esclareceu que não é apenas a alta dos preços que acarretou a desaceleração. “Também temos que analisar que as famílias estão mais endividadas que no ano passado e que as oportunidades de emprego são menores que no mesmo período de 2010”, pontou.
Categorias em alta
Mas o cenário não é somente de desaceleração. A pesquisa também apresenta diversas categorias que fecharam o segundo bimestre em alta nas vendas. Um exemplo é o creme dental, com 4,3%, se destacando pelas embalagens promocionais. Pode-se citar também os salgadinhos, com 10,9%, que teve aumento em suas vendas impulsionado por embalagens maiores que contribuíram com quase 50% do crescimento.
Já na cesta de Limpeza Caseira, o que fica em evidência são os inseticidas, que, impulsionados pelas embalagens promocionais dos segmentos de aerosol e elétrico, cresceu 11,5%, contra 1,0% do período anterior. Na cesta de Alimentos Perecíveis, com exceção da pizza congelada, que não conseguiu repetir o desempenho elevado de 2010, muitas categorias crescem, como Pasta Refrigerada, 14,8%, e Sobremesa Pronta Gelificada, 15,9%. Entre as regiões do país, a gerente destaca a Sul, com alta de 5,5% de vendas. “Com exceção do interior de São Paulo, todas as demais áreas apresentaram algum crescimento no período analisado”, afirma.
Confira aqui a íntegra da pesquisa “Tendências do 2º Bimestre de 2011”
