
Os preços dos produtos in natura (frutas, verduras, legumes e tubérculos), registraram queda de 3,56% no mês de fevereiro, de acordo com o Índice de Preços dos Supermercados (IPS) da Associação Paulista de Supermercados (APAS), desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Essa redução alivia o orçamento das famílias e oferece aos consumidores uma oportunidade de manter uma alimentação mais saudável com um custo menor.

Com essa variação mensal, o índice acumulado nos últimos 12 meses atingiu uma deflação de 13,01%. Dentro das subcategorias, os tubérculos lideraram a queda, com destaque para a batata e a cebola, que apresentaram um recuo de 8,93%. As frutas também apresentaram uma retração significativa de 6,58%, especialmente com o maracujá, limão, uva e banana. Os legumes, por sua vez, registraram uma redução de 2,90%, com a cenoura sendo o principal responsável por esse movimento.

“Observamos uma tendência de queda desde maio do ano passado, impulsionada por uma série de fatores, entre eles o aumento na oferta de alguns produtos, refletindo a sazonalidade favorável e as condições climáticas que beneficiaram as colheitas. Esses resultados são um reflexo direto da boa safra que tivemos, aliada a fatores climáticos que ajudaram no desenvolvimento das culturas, com chuvas regulares e em volume adequado, que contribuíram para o aumento da oferta”, afirma Felipe Queiroz, economista-chefe da APAS.
A análise detalhada dos dados mostra que, com a chegada da nova estação, a oferta desses produtos pode seguir caminhos distintos, mas sempre com a presença de variáveis sazonais que devem influenciar os preços. Além disso, o bom desempenho dos produtos in natura no começo do ano contribui para uma melhoria no orçamento das famílias.
Outros Produtos que impactaram o orçamento dos consumidores
Enquanto os preços dos produtos in natura tiveram uma queda considerável, alguns itens essenciais, como café, óleo e ovos, registraram aumentos. O café, por exemplo, teve alta devido à quebra de safra no Vietnã, o que impactou a oferta global, além de uma disparada da taxa de câmbio que afetou diretamente os preços no mercado interno. O aumento nos preços dos ovos foi causado por ondas de calor que reduziram a produção, além da demanda internacional e a redução da oferta interna.
Felipe Queiroz explica que “os preços dos ovos, por exemplo, foram afetados por fatores climáticos adversos, como ondas de calor no início do ano, que afetaram a produção doméstica, além da diminuição na produção no exterior”.
Expectativa para os Próximos Meses
O impacto das condições climáticas e da sazonalidade dos produtos in natura se estenderá nos próximos meses, com a mudança para o outono trazendo novas perspectivas. Enquanto alguns produtos, como as frutas cítricas, tendem a entrar em um ciclo de queda de preços, outros, como os derivados de leite e a carne, podem sofrer aumentos, dependendo das condições climáticas e das taxas de câmbio.
“Com a entrada da nova estação, é fundamental que os consumidores se atentem à sazonalidade e busquem aproveitar as ofertas, diversificando sua cesta de compras. Essa prática ajuda a reduzir os impactos da variação de preços no orçamento familiar”, conclui Felipe Queiroz.
A APAS continuará acompanhando as flutuações de preços e fornecendo informações relevantes para o setor, a fim de apoiar o consumidor e os supermercadistas nas tomadas de decisões mais assertivas.