O comércio de Americana já deixou de distribuir mais de três mil sacolas plásticas em dez dias de implantação da Lei Municipal 5.026/2010, que proibiu o uso das sacolinhas na cidade. Os supermercadistas comemoram a boa aceitação dos consumidores à campanha “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco” da Associação Paulista de Supermercados (APAS). Há cerca de dez dias, no entanto, o Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado de São Paulo propôs uma Ação Direta de Inconstitucionalidade pedindo a suspensão da lei. A Prefeitura de Americana, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, têm 30 dias para apresentar defesa.
“Tivemos uma ótima aceitação por parte dos consumidores. Eles entenderam a importância da mudança de comportamento e temos recebido apoio. O setor supermercadista vai aguardar o julgamento da liminar, mas independente da decisão, manterá a prática sustentável no setor”, informou Thiago Pietrobon, da SOLAM Soluções Ambientais – gestora da campanha em Americana.
Para conhecer a opinião dos consumidores, os maiores envolvidos na mudança, uma pesquisa de opinião será encomendada à Associação Barco Escola da Natureza. O objetivo é confirmar o sucesso da campanha e a boa impressão que os empresários do setor e comerciantes têm tido sobre a recepção da nova prática pelos cidadãos. O Barco Escola da Natureza foi idealizado em 2000 pelo ambientalista João Carlos Pinto, cujo sonho era promover a educação ambiental no reservatório de Salto Grande. Hoje conta com projetos que visam à educação ambiental, com estudos do meio para crianças das escolas de ensino públicas e particulares de Americana e região.
Reunião com supermercadistas
Na última sexta-feira (17 de junho), comerciantes, supermercadistas e interessados se reuniram na ONG Barco Escola de Americana para avaliarem a extinção do uso das sacolas e discutirem a Ação de Inconstitucionalidade proposta pelo Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado.
Em linhas gerais, os supermercadistas informaram que não há reclamações nas lojas. Na ocasião, também foram rebatidas algumas críticas à prática. “Os supermercados não têm lucro com as vendas das sacolas retornáveis, e, muitas vezes, até subsidiam o produto. Também avaliamos que o mercado das sacolas retornáveis gera mais empregos do que os das sacolas plásticas, fato importante para a cidade de Americana, já que temos tradição têxtil”, completa Thiago Pietrobon.
O lançamento oficial da campanha, que envolveu a APAS, a Associação Comercial e Industrial de Americana (ACIA), a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a Câmara de Vereadores, ocorreu há mais de dois meses. Neste período que antecedeu a implantação da lei – em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente – foram realizadas ações em mídias locais a fim de conscientizar o consumidor para que adotasse alternativas sustentáveis na hora das compras. Ao invés das sacolinhas plásticas tradicionais, os moradores da cidade passaram a utilizar ecobags, caixas de papelão ou carrinhos de feira.
“Queremos parabenizar a população por se conscientizar e participar ativamente da campanha. Pequenas mudanças de hábito fazem toda a diferença, acreditamos nisso”, ressalta Pietrobon.