Representantes de algumas das maiores empresas do Brasil (signatárias do Movimento) reuniram-se pelo segundo ano consecutivo, hoje, dia 12 de dezembro, no Espaço APAS Centro de Convenções, na capital paulista, para discutir os desafios da inclusão socioeconômica da mulher. O evento é uma iniciativa do Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher – também conhecido como “Mulher 360” – que conta com a participação de mais de 40 instituições e tem o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
Primeira a ser convocada pela jornalista Mariana Godoy (mediadora do evento), Nilcéia Freire, presidente da Fundação Ford e ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal trouxe um discurso provocante a respeito das iniciativas sem precedentes que vêm sendo feitas nos últimos anos – “e que ainda são poucas” – e ressaltou a importância deste tipo de encontro e as discussões acerca de um tema tão importante para o desenvolvimento econômico da mulher e, por consequência, do país.
A secretária Municipal de Políticas para as Mulheres da cidade de São Paulo, Denise Motta Dau, trouxe à tona algumas das medidas para o ano de 2014. “A cidade ganhará a Casa da Mulher Brasileira, um espaço especializado para o atendimento de mulheres vítimas de violência, sendo que tal ação integra o programa do Governo Federal ‘Mulher, Viver sem Violência’. Além disso, teremos a Casa de Passagem, onde mulheres que sofrem violência poderão ficar temporariamente”, explicou.
Segundo ela, outro objetivo para 2014 é agregar metas às mulheres nas mais diversas pastas do Governo Estadual, seja na Saúde, Transporte ou Educação. “A ideia é proporcionar às mulheres autonomia econômica; a partir da capacitação e inserção em áreas majoritariamente dominadas por homens (Construção Civil e Tecnologia da Informação, por exemplo); subsídios para o enfrentamento da violência e atuação política”, completou.
Já Samyra Crespo, presidente do Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro, afirmou que é de suma importância a participação do setor privado nesta causa, a partir de ações internas e externas. Além disso, ela destacou a importância de todas as esferas da sociedade estarem engajadas nesta questão. “No Jardim Botânico, por exemplo, temos alguns serviços terceirizados e, desta força de trabalho, vamos começar a exigir a equidade entre homens e mulheres”, contou. Samyra destacou ainda o papel da mulher nos diversos nichos econômicos existentes. “Hoje a mulher ocupa um papel muito importante na economia dos cuidados, na economia criativa, na economia que envolve os bastidores da cultura e muitos outros nichos”, comentou.
Andréia Weichert, sócia da Ernest Young, destacou uma das ações da empresa em prol do desenvolvimento econômico das mulheres. Trata-se de um curso voltado a jovens empreendedoras, que é ministrado por profissionais de renome do mercado, como por exemplo, Luiza Trajano, presidente do Magazine Luiza. “É um efeito cascata, pois são mulheres que são inspiradas por profissionais já consolidadas”.
Também presente na mesa de debates, Alessandra Ginante, presidente do Conselho do Instituto Avon e vice-presidente de RH da Avon, comentou que a empresa também investe pesado na capacitação de seus colaboradores, cuja força de trabalho é composta por 60% de mulheres. Segundo Alessandra, a empresa oferece às mulheres, além da oportunidade de emprego e a consequente geração de renda, o aumento da autoestima. “Proporcionamos um planejamento financeiro e temos ações que cuidam da saúde das mulheres, como por exemplo, a prevenção ao câncer de mama. Nosso desafio é manter este avanço e também manter um dialogo com nossos colaboradores homens acerca deste tema”, afirmou.
O CEO da Bombril, Marcos Scaldelay, ressaltou o sucesso de uma campanha publicitária da empresa, que focou no lema “o homem também tem que ajudar nos afazeres domésticos”. O sucesso foi estrondoso e, na ocasião, a Bombril apresentou um crescimento de 12% nas vendas. “Continuamos engajados nisso e não é a toa que estamos crescendo ano a ano acima do mercado. Em 2013, por exemplo, vamos crescer 21%”, disse. Segundo ele, a empresa ainda mantém outra importante ação voltada às mulheres – a Casa Bombril. “Trata-se de um projeto que capacita empregadas domésticas, o que proporciona mais renda a elas”, explicou.
Participaram do evento
Em meio a palestras e um debate sob a temática “Oportunidades & desafios das empresas para o desenvolvimento econômico das mulheres”, o 2º encontro do Movimento Mulher 360 contou com a presença de Guilherme Loureiro (CEO do Walmart Brasil), Carlos Ely (diretor de Relações Institucionais do Walmart Brasil e da APAS), Camila Valverde (diretora de Sustentabilidade do Walmart), Denise Motta Dau (secretária Municipal de Políticas para as Mulheres de São Paulo), Simone Schaffer (coordenadora do Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça, que representou a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal, Eleonora Menicucci de Oliveira), Marcos Scaldelay (CEO da Bombril), Andréia Weichert (sócia da Ernest Young), Alessandra Ginante (presidente do Conselho do Instituto Avon e vice-presidente de RH da Avon), Samyra Crespo (presidente do Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro) e Vivian Caroline (presidente da Associação Cultural e Educativa Didá).
Legenda da foto acima: representantes de algumas das maiores empresas do Brasil – signatárias do Movimento
