O Faturamento Real dos supermercados no Estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE) no conceito de mesmas lojas – que consideram as lojas em operação no tempo mínimo de 12 meses – registrou queda de 2,55% de janeiro a agosto de 2016 em relação ao mesmo período de 2015.
Conforme explicou o gerente de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, em agosto, a queda foi de 6,89% nas vendas em relação a 2015. Em comparação com julho de 2016, houve retração de 4,48%.
No conceito de todas as lojas – que consideram todas as lojas criadas no período pesquisado – a queda foi de 2,89% de janeiro a agosto de 2016 em relação ao mesmo período de 2015. Em agosto, a queda foi de 6,93% em relação a agosto de 2015, e retração de 4,51% em relação a julho.
“Desemprego e inflação em alta ainda são entraves para o maior consumo das famílias e aumento nas vendas nos supermercados. Aliado a isto, a confiança ainda em patamar baixo não favorece as decisões de consumo, prejudicando o desempenho do varejo brasileiro”, comenta Rodrigo.
O economista disse ainda que, diante disso, as empresas do setor têm buscado alternativas para enfrentar o momento, com destaque para as ações promocionais e para a oferta de um mix que proporcione um custo-benefício mais vantajoso para o consumidor. Rodrigo ressalta ainda que o cenário econômico, a consequente queda nas vendas e as ações realizadas pelos supermercados para reverter este quadro acabam por prejudicar a margem do setor supermercadista, que já é, historicamente, inferior às demais atividades econômicas.
O faturamento real dos supermercados no estado de São Paulo (deflacionado pelo IPCA/IBGE) no acumulado de 2016 em relação ao mesmo período de 2015 apontou alta de 0,98% no conceito de mesmas lojas. Em agosto, houve queda de 1,76% em relação a agosto de 2015 e queda de 4,20% em relação a julho. No conceito de todas lojas houve alta de 0,63% de janeiro a agosto em relação ao mesmo período de 2015 e, em agosto, queda de 1,81%, além de retração de 4,23% em relação a julho.
Já o faturamento nominal dos supermercados no estado de São Paulo, no acumulado de janeiro a agosto de 2016 em relação a 2015, teve alta de 10,51% no conceito de mesmas lojas. Em agosto, a alta foi de 7,05% e teve queda de 3,78% em relação a julho. No conceito de todas lojas, a alta foi de 10,13% de janeiro a agosto em relação a 2015. Em agosto, a alta foi de 7,01% em relação a agosto de 2015, e houve queda de 3,81% em relação a julho.
Para 2016, a expectativa é de um desempenho mais positivo quando comparado com 2015, e as projeções apontam para um resultado de aproximadamente 0% de crescimento real em relação a 2015. Isso porque, no segundo semestre, a expectativa é de desaceleração da inflação, o que pode auxiliar no consumo das famílias, refletindo positivamente no desempenho do setor. Aliado a isto, o mês de dezembro é o mês em que as vendas do setor podem superar as expectativas e reverter o resultado ruim apresentado ao longo do ano.