O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE apresentou em novembro alta de 1,27%. No acumulado do ano (de janeiro a novembro) a inflação já acumula alta de 7,33%. A título de comparação com novembro de 2013, a inflação acumulada no ano era de 2,92%. Já no acumulado em 12 meses a alta nos preços atinge 7,77% e, em termos comparativos com outubro de 2013 a inflação em 12 meses naquele mês era de 4,03%.
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A alta verificada em novembro esteve diretamente relacionada, principalmente, ao aumento nos preços dos Produtos In Natura (Frutas, Legumes e Verduras, e os Tubérculos), com alta de 9,36%. As frutas registraram alta de 7,15%, os Legumes alta de 7,58%, Verduras elevação de 4,66% e os tubérculos teve alta de 23,49%. Os fatores climáticos ainda continuam a impactar a disponibilidade destes produtos, e aliado a este fator, o período de entressafra agrava a falta do produto e a consequente pressão de alta nos preços. Este fato vem sendo verificado no caso da batata e do limão (dois itens que mais apresentaram alta nos últimos meses), que em novembro registraram alta de 60,02% e 70,95%, respectivamente. No caso da batata, a pressão sobre os preços apresentou elevação em novembro e a tendência é de continuidade da elevação, pois a região sul do país está no início de sua produção, e o estado de São Paulo está no término da produção, gerando assim um período de entressafra. Já o limão, que tem o período de safra entre os meses de junho a setembro, tende a apresentar uma elevação de preços mais moderados nos próximos meses, já que nos últimos meses houve pressão sobre os preços diante do clima mais seco, que demanda a manutenção do limão nos pés de limoeiro por tempo mais prolongado, o que deve ser minimizado ao longo do tempo.
Outro segmento que apresentou alta dos preços em novembro foram as carnes bovinas e suínas (3,08% e 3,23%, respectivamente) e no que diz respeito à elevação dos preços das carnes bovinas há dois fatores a serem considerados: i) a estiagem tem provocado a diminuição da qualidade do pasto, sendo necessário a utilização da ração animal para a alimentação dos bovinos, encarecendo o custo da produção e refletindo em uma pressão sobre os preços; ii) outro fator de destaque está relacionado com a elevação na quantidade de carnes exportadas, que afeta a disponibilidade do produto no mercado interno, assim, uma menor oferta do produto no Brasil se reflete em preços mais elevados para o consumidor. Em novembro as maiores elevações foram verificadas em Alcatra (5,56%), Contrafilé (5,85%) e Patinho (2,90%).
Os preços dos semielaborados de modo geral (Carnes, Cereais e Leite) apresentaram elevação em novembro de 0,19% impactados diretamente pela alta nos preços das carnes bovinas (3,08%), Carnes Suínas (3,23%) e Cereais (2,14%). Em 12 meses a elevação dos preços dos semielaborados é de 5,76% e no acumulado do ano (janeiro a novembro) a alta é de 6,91%.
Os preços dos produtos industrializados apresentaram ligeira elevação em novembro com variação de 0,49%. A variação esteve relacionada à elevação nos preços de Derivados de Carnes (0,61%) e Derivados do Leite (0,23%). No entanto, vale ressaltar que as quedas nos preços de alguns produtos contribuíram para uma maior estabilidade do segmento de produtos industrializados, como é o caso da variação negativa verificada nos preços dos panificados (-0,33%) e dos alimentos prontos (-0,93%). Em 12 meses a elevação nos preços dos produtos industrializados é de 5,84% e no acumulado do ano (janeiro a novembro) a alta é de 5,25%.
Os preços das bebidas alcoólicas apresentaram alta em novembro, com variação de 1,22%, reflexo da elevação do preço da cerveja em 1,17%. Em 12 meses a alta nos preços é de 10,40% e no acumulado do ano (janeiro a novembro) a alta é de 8,92%. As bebidas não alcoólicas registram alta de 0,73%, diante da alta, principalmente, nos preços de refrigerante (0,89%). Em 12 meses a alta nos preços é de 11,31% e no acumulado do ano (janeiro a novembro) a elevação é de 9,71%.
Os preços dos produtos de limpeza apresentaram alta de 0,17% impactados pela elevação no preço do sabão em pó (0,99%) e sabão em barra (0,78%). Em 12 meses, a elevação nos preços dos produtos de limpeza foi de 11,03%. Já no acumulado de janeiro e novembro, houve alta de 10,22%.
Os artigos de higiene e beleza apontaram alta de 0,66% impactados pela elevação nos preços do creme dental (1,28%), escova dental (0,87%) e shampoo (0,26%). Em 12 meses, a elevação nos preços dos artigos de higiene e beleza foi de 7,82%. Já no acumulado de janeiro e novembro, houve alta de 7,61%.
Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 166,18%, o IPCA/IBGE (São Paulo) – Alimentos e Bebidas apresenta alta de, aproximadamente 338,10%, já o IPCA/IBGE (Brasil) – Alimentos e Bebidas tem alta de 354%, o IPC-FIPE tem aumento de 276,96% e o IPA/FGV tem variação de 517,45%. Assim, a evolução dos preços ao longo dos anos, aponta uma elevação mais moderada no setor supermercadista, diante de sua característica de concorrência, onde os ganhos de eficiência e produtividade aliados as constantes negociações junto à indústria, possibilitam preços mais competitivos para serem ofertas aos consumidores.
