A alta da inflação tem levado os consumidores a mudar hábitos no momento de ir às compras, mas, mesmo diante do ajuste, não deixam de levar para casa um ou outro item de que mais gostam. Embora a frequência do consumo possa diminuir, eles não abrem mão dos seus “preferidos”, ainda que eles pudessem ser substituídos por outros de uma marca mais barata ou simplesmente serem eliminados da lista de compras, por se tratar de produtos supérfluos.
Mais pesquisa, compras em mais de um estabelecimento, em menor ou maior quantidade de acordo com a oferta e opção por marcas mais baratas principalmente na aquisição de produtos de limpeza e higiene pessoal são algumas das outras constatações feitas por levantamento elaborado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) e corroborado por economista consultado pela reportagem do Jornal da Cidade.
Atendente de monitoramento, Luiz Alberto Vendrami, 62 anos, também concorda. Como não consegue abrir mão de comer carne bovina quase todos os dias, opta por pesquisar preços deste e dos demais produtos em “três ou quatro” supermercados diferentes da cidade.
“Acabo comprando pouca coisa em cada um. Onde estiver mais barato, eu levo. Com isso, consigo continuar fiel à todas as marcas com que eu já estava acostumado, mesmo sendo mais caras do que outras. E também levar uma carne boa, como alcatra e coxão mole”, ensina.
Já a dona de casa Elisângela Lopes Miranda, 33 anos, reduziu o consumo de carne vermelha, além de substituir alguns itens da lista de compras, como o limão pelo vinagre. “Eu comia carne de duas a três vezes por semana e, agora, como só uma e olhe lá. E deixei de lado o limão, que eu usava para temperar salada. A verdura, aliás, também foi reduzida nas refeições”, comenta.
Supermercados também se adaptam ao cenário atual
Com consumidores mais conscientes e pesquisadores, os supermercados, segundo Emerson Svizzero, também têm buscado estratégias para não repassar toda a alta da inflação para os preços dos produtos. Sabendo que o cliente poderá recorrer facilmente à concorrência, as empresas tentam barganhar junto aos fornecedores e, sempre que possível, realizar promoções de determinados produtos.
“As empresas estão divulgando muito suas ofertas, o que facilita a pesquisa do consumidor, que está mais atento”, pondera, reforçando que a mudança sinaliza para o surgimento de novas tendências de consumo e não necessariamente em redução drástica no consumo, com consequente crise para o setor supermercadista.
Ele reforça, contudo, que os clientes vêm, de fato, substituindo marcas e produtos fracionados por embalagens de maior quantidade, principalmente em itens da cesta básica, de limpeza e higiene pessoal, com o objetivo de poder investir em alguns produtos alimentícios de sua preferência.
“Supérfluos que estão sendo cortados, na realidade, são principalmente os itens de bazar, como utensílios domésticos, panelas, recipientes e copos de plástico ou de vidro”, detalha, ressaltando que o levantamento se refere apenas ao que é vendido dentro dos supermercados.
Matéria completa: http://www.jcnet.com.br/Economia/2015/12/consumidor-muda-habitos-mas-nao-abre-mao-dos-preferidos.html
Fonte: Jornal da Cidade (Bauru)