A crise econômica vivenciada pelo País afetou diversos setores, inclusive o supermercadista que, tradicionalmente, costuma ser o último impactado. Nosso setor é engrenagem importante na cadeia de abastecimento das famílias brasileiras, fazendo a ponte entre produtores e consumidores e, ao se abater, acaba influenciando as pontas. Neste contexto, a APAS elencou algumas propostas com o intuito de sugerir uma Agenda Positiva.
Para o presidente da APAS, Pedro Celso, a recuperação econômica está diretamente relacionada à melhoria do otimismo e da confiança, que, por sua vez, são consequência da solução da crise política. “No caso do empresariado supermercadista, voltar a ter confiança na economia tem mais relação com a saída da equipe de governo, da presidente Dilma, do que com a nova gestão que assumiu. Aprovamos a escolha da atual equipe econômica, que consideramos qualificada e composta por profissionais de capacidade indiscutível”.
Ainda sobre o time do novo governo, Pedro Celso reforça que o presidente em exercício, Michel Temer, e a equipe precisarão apresentar propostas condizentes com uma real retomada de crescimento econômico, pois, caso contrário, todo o País discutirá novamente outra crise em pouco tempo.
“A APAS acredita que tão importante quanto as medidas para conter a crise é o acompanhamento, o monitoramento e o controle destas ações pela sociedade, para verificar se, de fato, estão em andamento”, disse o presidente da Associação.
Segundo Pedro, como entidade representativa de um setor pujante para a economia, a APAS quer – e pode – contribuir com sugestões de melhoria. “Foi com base em nossa análise que evidenciamos algumas ações importantes que, se aplicadas, ajudarão na saída da crise e na retomada dos investimentos por parte dos empresários”, diz. “A cadeia de abastecimento da família brasileira depende disso”, finaliza.
Propostas
Entre as propostas estruturais importantes para a retomada do crescimento e estabilidade econômica, Pedro Celso enfatiza algumas que impactam diretamente o setor supermercadista:
Corte de despesas públicas e maior eficiência do gasto do governo: saber fazer mais com menos nunca foi algo tão necessário ao País, com foco em cortar despesas e otimizar recursos. Exemplos de medidas: corte emergencial nas despesas para conter a expansão da dívida pública e aprovação da Desvinculação das Receitas da União;
Reforma Política: tema polêmico que não pode mais ser adiado diante da grave crise por qual passa o Brasil, embora o setor saiba que, para sanar isso, é preciso ainda mais vontade política, já que é um hábito preservar eventuais regalias e direitos adquiridos. Exemplos de medidas: eleições gerais e simultâneas para evitar os ciclos políticos x ciclos econômicos e período de mandato de cinco anos;
Reforma da Previdência: objetivo de conter o rombo que já existe nas contas públicas, uma vez que a previdência de servidores públicos e do INSS deve representar um desfalque de quase R$ 200 bilhões em 2016. Exemplos de medidas: avaliação da idade mínima de aposentadoria no Brasil e equiparação gradual da idade de aposentadoria (Rurais e as demais aposentadorias);
Reforma Tributária: altos impostos acarretam uma menor renda disponível e diminuem o poder de compra da população. O resultado é o menor consumo e arrecadação, que atinge todos os setores do comércio. Exemplos de medidas: simplificação tributária e discutir amplamente a reforma do ICMS, e aplicação de incentivos fiscais de curto prazo direcionados a setores da economia, mas por um período pré-definido;
Reforma Trabalhista: maior flexibilização nas leis trabalhistas vai permitir o aumento dos postos de trabalho e, com isso, uma melhora da produtividade do setor. Exemplos de medidas: avaliar a maior flexibilização de horários, carga horária, dias, folgas e simplificação para admissão e demissão;
Incentivo à concorrência e Incentivo ao Investimento Produtivo: é preciso atrair investimentos e incentivar o empresário em sua atividade, de modo a cooperar na instalação de novas lojas e nas melhorias dos serviços prestados aos consumidores. Exemplos de medidas: regulamentação dos meios de pagamentos (cartão de crédito, cartão de débito e voucher) e fortalecimento das agências reguladoras para gerar estabilidade e regras claras e bem definidas;
Governança Pública em Licitações, Obras e Projetos: organizar projetos e fiscalizar a realização de obras e o cumprimento de prazos e contratos do poder público. O País não pode mais arcar com obras superfaturadas – e mal feitas – que acarretem em prejuízo para a população. Exemplos de medidas: elaboração de estudo de viabilidade técnica, financeira e econômica antes de lançamento de edital para qualquer obra ou projeto, e disponibilização pública e transparente dos projetos a serem executados;
Elaboração de Plano Econômico: ações de curto, médio e longo prazo com metas e responsáveis precisam ser desenhadas pelo governo, a fim de estimular o aumento da confiança e, com isso, o crescimento econômico. Exemplos de medidas: política monetária e fiscal coordenadas, com o objetivo de atingir a meta de inflação, sem comprometer o crescimento econômico, e desenvolvimento de programas sociais.
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