Diante das margens de lucro diminutas e da crescente concentração do setor de supermercados, os atacadistas de produtos alimentícios, de higiene e beleza e de bazar começam a ver na internacionalização uma grande oportunidade de se fortalecer, expandir negócios e aumentar rendimentos.
“Estamos apresentando essa possibilidade aos empresários como sendo bastante promissora, tanto no caso dos de grande porte quanto para os menores”, diz Carlos Eduardo Severini, presidente da ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores.
O grupo Tenda, de São Paulo, é pioneiro na estratégia. No próximo dia 29, abre as portas da sua primeira loja no exterior, em Luanda, capital de Angola. Sua meta é estabelecer dez unidades no país em um prazo de cinco anos. Dez brasileiros estão treinando 150 funcionários na África neste início de operações.
As vendas externas praticamente não têm peso nas atividades dos atacadistas no momento, porém, podem significar até um bom reforço para a balança comercial do Brasil, na avaliação de Marcus Peçanha, diretor-executivo da consultoria em relações internacionais Interaction Times.
“Por meio das lojas no exterior, as pequenas e médias indústrias do ramo teriam acesso a diversos mercados que hoje não conseguem alcançar. Seria mais fácil para localizarem parceiros comerciais”, afirma Peçanha.
Além de todo o continente africano, outros países que possuem poucas fábricas de produtos alimentícios são mercados atraentes para os atacadistas, tais como o México, Leste Europeu, Rússia e Oriente Médio.
Fonte: Jornal Folha de S. Paulo
