Pelo terceiro mês consecutivo o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE, registrou uma queda em relação ao mês anterior, fechando em uma inflação de 0,60% em julho. O que segurou o aumento geral no estado foram as deflações registradas nos produtos hortifruti (-2,52%), bebida (-0,43%) e limpeza (-0,41%) equilibrando a balança. No acumulado do ano, o índice está em 4,98% – no mesmo período de 2019 a inflação era de 2,71% e ano acabou fechando em 5,73%. “Sem dúvida, a exportação da proteína, somada à entressafra do leite são os principais índices que puxam a inflação para cima”, explica o presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS), Ronaldo dos Santos.
Entre os itens que tiveram as maiores quedas do mês estão os legumes (-8,39%) e os tubérculos (-7,05%). Os principais representantes destas classes são o tomate, com -19%, e a Batata, com 18,3%. No primeiro, a maturação acelerada da lavoura (sem frio e pragas) aumentou a oferta no mercado, mas com o fim das safras em agosto, a boa notícia está ameaçada. No caso da batata, a boa safra garantiu preços atrativos que adiantaram colheita. Outros itens, como laranja (-5,71%), cenoura (-17,29%) e beterraba (-4,18%) também tiveram grandes quedas.
Entre as bebidas, as não alcoólicas tiveram deflação de -0,33% e as alcoólicas, -0,61%. No setor da limpeza, os destaques ficaram para sabão em pó (-2,12%), sabão líquido (-2,07%).
No acumulado do ano, o maracujá segue sendo o produto com maior queda de preço (-35,5%) e a cebola com a maior alta (55,13%).
Leite – Analisando o histórico do leite nos últimos anos, a APAS ressalta que não é incomum o produto registrar acelerações deste tipo no primeiro semestre. Ao compararmos os seis primeiros meses do ano, notamos que em 2016 tivemos um aumento de 55% e, em 2018, 49%. Em 2020, o leite subiu 4,95% em julho e soma 21,62% no acumulado. O principal motivo para o aumento é a diminuição das chuvas nas regiões produtoras, o que causa menos pastagens verdes e afeta a produção das vacas leiteiras. A APAS acredita que esse aumento irá perdurar em agosto refletindo também na indústria de laticínios e derivados. Em julho, o valor da muçarela subiu 11,6%, e o queijo prato quase 9%.
Carnes – Em julho, as carnes bovinas registraram o terceiro aumento seguido (1,15%), porém a forte queda de janeiro e fevereiro compensam o movimento recente sendo que no acumulado de 2020 as carnes registram ainda queda de 3,4%. Entre os cortes com deflação estão a Picanha (-1,2%) e o Contra-filé (-0,78%). Já os que tiveram maiores altas foram Alcatra (4,8%), Costela Bovina (4,99%) e Fígado (7,54%).