Em um ano de campanha contra o descarte de sacolas descartáveis na capital mineira, Belo Horizonte, mais de 160 milhões de sacolinhas deixaram de ser jogadas no meio ambiente. O hábito sustentável de levar ecobags para as compras já é algo comum na cidade: 95% dos consumidores utilizam esta alternativa no transporte de mercadorias.
Na cidade, a prática foi instituída por meio da Lei Municipal nº 9529/2008. No dia 18 de abril completou-se um ano de implantação da medida nos supermercados de Belo Horizonte e, hoje, o uso de sacolas descartáveis está praticamente extinto. A lei, junto com uma campanha educativa, conseguiu baixar o consumo diário de 450 mil sacolinhas para cerca de 13 mil unidades nos supermercados. Ou seja, uma queda de 97%.
São Paulo dá o exemplo
A maior capital brasileira, São Paulo, também proibiu o uso de sacolas descartáveis nos supermercados. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre o Ministério Público do Estado de São Paulo, Procon-SP e Associação Paulista de Supermercados (APAS) implantou desde 4 abril o uso de alternativas ecológicas nas lojas de todo o Estado.
Nos primeiros dez dias de campanha, São Paulo registrou diminuição de 76% no uso de sacolas descartáveis. De acordo com a Associação Mineira de Supermercados (Amis), o número deve ser comemorado, pois em Belo Horizonte a redução tinha sido de apenas 54% nos primeiros dias.

Consumidores optam pelas ecobags
Em Belo Horizonte, 95% dos consumidores utilizam as sacolas reutilizáveis como meio de transporte e parcela significativa desses clientes fazem o uso dela associado às caixas de papelão. Os outros 5% optam por outros meios de transporte, como carrinhos ecológicos, mochilas e sacolas biocompostáveis – em BH, diferentemente de SP, a opção é permitida. Os números são de um levantamento da Amis e apontam também crescimento no consumo de sacos de lixo. O crescimento é de 15% sobre o consumo anterior à implantação da lei em BH.
Com relação aos preços dos sacos, números apurados junto aos associados da entidade, juntamente com dados de sites especializados em orientação de preços para consumidores, mostram que alguns fabricantes reduziram seus valores neste ano, outros mantiveram os preços e poucos reajustaram, mesmo assim em níveis compatíveis com a inflação.
Quem ganha é o consumidor
Ao reduzir a níveis mínimos o uso de sacolas descartáveis nas lojas, o consumidor permitiu que o supermercado fosse poupado do custo que tinha para adquiri-las e distribuí-las. De acordo com a Amis, a maioria dos associados da entidade utilizou esta economia para ampliar sua capacidade de competir, principalmente em promoções. Dados do IPEAD/UFMG mostram que a cesta básica em Belo Horizonte custava R$ 263,70 em março de 2011 (um mês antes da lei das sacolinhas), e em março de 2012 (um ano depois) custou R$ 260,32.
Fonte: Amis

