A seca americana e as condições climáticas desfavoráveis para o cultivo de alguns produtos no Brasil impactaram no valor das inflações em setembro. O Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS), calculado pela APAS/FIPE, apresentou neste mês alta de 2,01% em relação a agosto. Esta é a maior variação mensal de preços desde outubro de 2010 (2,43%), e no que diz respeito ao mês de agosto, é a maior elevação em toda série histórica, iniciada em 1994.
“A inflação vem sendo pressionada, principalmente, pelos alimentos. E esse movimento não é uma exclusividade no Brasil, ocorre a nível mundial”, informa o diretor de Economia e Pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (APAS) Martinho Paiva Moreira. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), os preços dos alimentos no mundo registraram alta de 1,4% em setembro em relação a agosto.
Em 12 meses, a alta dos preços nos supermercados é de 8,32%, e no acumulado do ano, de janeiro a setembro, foi registrada alta de 6,02%. As categorias que mais impactaram para a elevação dos preços neste mês foram os produtos semielaborados (carnes, cereais e leite), com alta de 4,82%, correspondente a cerca de 55% da elevação nos preços dos alimentos. Só essa categoria foi responsável por 1,11 ponto percentual da elevação de um total de 2,01% verificada.
Cadeia produtiva
A seca severa nos Estados Unidos gerou a quebra da safra de milho do país. Isso afetou a produção de soja e trigo e, consequentemente, a oferta mundial de cereais no mundo. O clima desfavorável no Brasil também impactou algumas culturas agrícolas, pressionando os preços de diversos produtos. “A conjunção desses fatores impacta diretamente nos custos de produção de alimentos. No caso da produção de carne, por exemplo, sua cadeia produtiva se utiliza de grãos para a ração animal”, explica Moreira.
Para o diretor, ao que tudo indica, diante de uma recomposição dos estoques de cereais, os preços de produtos relacionados devem apresentar comportamento estável ao longo dos próximos meses. “A expectativa é de que os preços apresentem elevação de aproximadamente 6% no fechamento de 2012 em relação a 2011”.
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