A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) lançou, em São Paulo, uma cartilha de bolso que pretende ajudar o trabalhador do setor frigorífico a entender seus direitos e cobrar melhores condições de trabalho. Com 208 páginas, a Cartilha dos Trabalhadores do Setor Frigorífico será distribuída, em um primeiro momento, aos sindicatos, que, na sequência, a encaminharão a seus filiados.
A cartilha aborda as novas condições de trabalho nas empresas de abate e processamento de carnes e derivados do país – estabelecidas por meio da Norma Regulamentadora 36, que foi publicada no Diário Oficial em 19 de abril de 2013. A norma é composta por mais de 200 itens e foi elaborada com participação do Governo, empresas e sindicatos dos trabalhadores.
Segundo o presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, a ideia é que a cartilha sirva de ferramenta de consulta para os trabalhadores do setor e que também ajude a combater a precarização do trabalho. A cartilha, de acordo com ele, vai ser lançada em todos os estados brasileiros. “Ela contém toda a norma, na íntegra, e também traz o nome de todas as entidades sindicais, com endereço e telefone, para que os trabalhadores tenham conhecimento da norma e denunciem as irregularidades em seu sindicato”, disse.
Segundo o secretário regional para a América Latina da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (Uita), Gerardo Iglesias, o trabalho nos frigoríficos do país, de maneira geral, apresenta “uma grande precariedade nas condições de trabalho, com alta rotatividade, um número muito grande de demissões e um número também expressivo de pessoas que ingressam no setor, mas com salários baixos e em condições precárias”.
Neste sentido, a norma surgiu, de acordo com Camargo, principalmente para tentar diminuir o alto número de acidentes de trabalho que ocorrem no setor. “O número de acidentes de trabalho em frigoríficos é assustador. Em 2011, por exemplo, tivemos quase 20 mil acidentes de trabalho e 32 mortes. Isso é inadmissível e nos levou a cobrar do Governo e dos empresários para que pudéssemos, pelo menos, reduzir o número de acidentes. Esta norma vai trazer, com toda certeza, esta redução”, disse.
Fonte: Agência Brasil