O case ambiental da Associação Paulista de Supermercados (APAS) que quantifica as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) evitadas anualmente com a legislação que proíbe a entrega gratuita de sacolas plásticas nos supermercados da cidade de São Paulo é banchmark na 26ª Conferência do Clima da ONU, a COP 26. O diretor do Comitê de Meio Ambiente da APAS, Paulo Pompílio, e o consultor ambiental Thiago Pietrobon estão representando o setor supermercadista no evento que ocorre de 31 de outubro a 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia. Na segunda-feira (01), a APAS foi destaque no lançamento do livro “Acordo Ambiental São Paulo”, promovido pela CETESB, que reuniu 56 cases de sucesso ambiental no estado de São Paulo.
Entenda o case da APAS:
A regulamentação da Lei Municipal de São Paulo 15.374/2011, que proíbe a distribuição gratuita de sacolas plásticas nos supermercados da cidade de São Paulo, conseguiu evitar que 94,25 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) fossem produzidas por ano. A mudança resultou na redução de 84.4% do volume de sacolas plásticas distribuídas pelo setor supermercadista desde 2016, totalizando em 10.2 mil toneladas/mês de plástico PEAD. A meta do Estado de São Paulo na área de resíduos, segundo a Política Estadual de Mudanças Climáticas, é reduzir 18.552,4 mil toneladas de CO2. Assim, a contribuição do setor supermercadista da capital paulista representa 0.5% do total de emissões que se busca reduzir. Quando for ampliado para todo o Estado, este percentual deve chegar a 1.8%.
Sobre a COP26
Cerca de 90% das nações assumiram, durante a COP 26, o compromisso de zerar as emissões até 2050. O primeiro acordo, com 114 aderentes, tem como objetivo deter e reverter o desmatamento até 2030, juntamente com um fundo de US$ 12 bilhões de recursos públicos, mais US$ 7.2 bilhões em financiamento privado. Alinhado a estas metas, o governador João Doria (PSDB) apresentou projetos de preservação ambiental e redução da emissão dos gases de efeito estufa no estado de São Paulo e na Amazônia no encontro sobre o Dia Mundial das Cidades.
“Os pontos positivos são o avanço na agenda contra desmatamento, muito importante para o Brasil, e o maior envolvimento dos setores privados, financeiro e subnacionais. Os estados brasileiros se uniram para defesa da Amazônia e o Governador João Doria anunciou mais de RS$ 100 milhões em pesquisa, apoiadas pela FAPESP, para esta finalidade”, informou Pietrobon sobre a participação do Brasil nos primeiros dias do evento.
O consultor ambiental destaca também o acordo para um controle mais efetivo de metano, defendido pelos EUA, com 105 aderentes, e a agenda de Avanços de Glasgow, até agora com 35 aderentes, que tem como objetivo acelerar tecnologias mais limpas e reduzir seus custos pela metade até 2030, nos setores de energia, transporte rodoviário, hidrogênio, aço e agricultura.