Enquanto a classe média, entendida pelo mercado como classes C1 e C2, ainda é o foco de atenção de muitas empresas pelo Brasil, por representar a maior parte da população, o Nordeste tem uma configuração diferente. Nessa região, as classes D e E representam 64% da população e contribuem com 67% no crescimento dos gastos da região. Os dados são da Nielsen.
A análise mostra que o crescimento das categorias de consumo mais representativas da região sai da rota das metrópoles, uma vez que as pequenas cidades crescem a 10% e as grandes alcançam apenas 4%. “Observamos pelo desempenho das cestas Nielsen que o crescimento do consumo ocorre de forma moderada, mas ainda em ritmo superior ao restante do país e o nível socioeconômico baixo exerce papel chave neste cenário, tanto para categorias maduras quanto de acesso”, aponta Mário Ruggiero, diretor comercial da Nielsen.
As categorias de acesso (aquelas em desenvolvimento, geralmente com menor penetração e distribuição) são mais numerosas na região quando comparadas às categorias maduras (mais desenvolvidas e disseminadas entre os consumidores). A análise mostra que, mesmo em diferentes estágios de desenvolvimento, o nível socioeconômico baixo tem papel fundamental para o crescimento do consumo na região.
As categorias de acesso são as que mais crescem, porém as categorias maduras representam a maior parte do faturamento da região, sendo impulsionadas pelo vetor sofisticação, ou seja, por produtos que apresentam uma proposta de valor agregado. Sucos prontos para consumo, sabonetes líquidos antibacterianos e amaciantes concentrados são exemplos dessas movimentações no mercado nordestino.
Canais em destaque
A análise aponta também que 78% dos lares nordestinos compraram no canal Farma, entre julho de 2011 e junho de 2012. O desempenho deste canal foi quase duas vezes maior que o crescimento total do Nordeste, com destaque para as farmácias de cadeia que apresentam um aumento de faturamento (12%) superior às independentes (5%). Já o Cash&Carry se destaca pelo crescimento de 70% em número de lojas (desde janeiro de 2011), ganhando 540 mil novos lares, sendo 59% deles das classes D e E.
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