As vendas realizadas pela internet continuam em alta. Ao comparar o mês de junho de 2020, ante o mesmo mês do ano passado, o setor dobrou com alta de 110,52%. Ao observar a métrica de faturamento, nota-se a mesma tendência positiva: 108,84%, no mesmo período. Os dados compõem o índice MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) em parceria com o Movimento Compre & Confie.
Outros dados que chamaram a atenção nessa edição foram: o volume de 18,2% de consumidores que realizaram ao menos uma compra online entre o trimestre de abril a junho, o que representa alta de 5,9pp em relação ao trimestre anterior (12,3%); e o novo recorde no índice de participação do e-commerce no varejo restrito (12,6%), no mês de maio.
“Com a chegada de uma pandemia no Brasil, podemos afirmar que estamos vivendo uma mudança de era no comércio eletrônico brasileiro, com a antecipação de patamares de vendas que certamente só seriam registrados a daqui cinco anos. O mercado realmente passou por uma grande transformação, com vendas de categorias de produtos de consumo diário e entrada de novos consumidores no varejo digital”, afirma André Dias, coordenador do Comitê de Métricas da camara-e.net e diretor executivo do Compre & Confie.
Vendas online
Em contrapartida, as vendas do e-commerce em junho comparadas ao mês de maio, apresentaram retração de -13,11%. “Esta queda em junho é natural do setor de vendas online, pois o mês de maio será sempre fortemente impulsionado pelas vendas do Dia das Mães”, declara Dias. Na avaliação do acumulado do ano, por sua vez, a variação continua positiva: 59,88%.
Ao traçar a comparação por região, em junho de 2020, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o cenário ficou da seguinte forma: Nordeste (159,49%); Norte (118,65%); Sudeste (112,68%); Sul (79,52%); e Centro-Oeste (68,12%). Já no acumulado do ano, a configuração ficou da seguinte forma: Nordeste (86,62%); Norte (67,81%); Sudeste (57,59%); Centro-Oeste (56,60%); e Sul (47,74%).
Faturamento
Assim como as vendas online de junho frente a maio tiveram queda, o faturamento do setor, nessa mesma base comparativa, também variou negativamente: -6,91%. Já o acumulado do ano segue positivo: 59,71%.
A métrica regional, junho de 2020 ante o mesmo mês do ano passado ficou da seguinte forma: Nordeste (165,44%); Norte (132,04%); Sudeste (107,35%); Centro-Oeste (75,72%); e Sul (71,93%). No acumulado do ano, seguindo a mesma configuração, os dados foram: Nordeste (95,24%); Norte (67,90%); Sudeste (55,65%); Centro-Oeste (47,75%); e Sul (43,87%).
Participação do e-commerce no comércio varejista
Com novo recorde, no mês de maio, o e-commerce representou 12,6% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção). No acumulado dos últimos 12 meses, nota-se que a participação do e-commerce no comércio varejista corresponde a 7,1%. Vale destacar que esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgado no dia 8 de julho.
Categorias
A composição de compras realizadas pela internet, por segmentos, em maio, ficou da seguinte forma: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (39,3%); móveis e eletrodomésticos (23,6%); e tecidos, vestuário e calçados (13,4%). Na sequência, outros artigos de usos pessoal e doméstico (10,2%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,5%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3%); e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (2%). Esse indicador também segue a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE.
Consumidores Online
Outra métrica avaliada pelo MCC-ENET revela que, no trimestre de abril a junho de 2020, 18,2% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra online. Observa-se uma alta de 5,9pp em relação ao trimestre anterior (12,3%). Já na comparação com o mesmo período em 2019 (10,1%), houve crescimento de 8,1pp.
Metodologia do MCC-ENET
Os índices mensais vêm da comparação dos dados do último mês vigente em relação ao período base (média de 2017). Para compor o índice, o Compre & Confie coleta 100% de todas as vendas reais de grande parte do mercado de e-commerce brasileiro, utilizando adicionalmente processos estatísticos para composição das informações do mercado total do comércio eletrônico brasileiro. Também são utilizadas informações dos indicadores econômicos nacionais do IBGE, IPEA e FGV.