Os supermercados de São Paulo encerraram no dia 4 de abril a distribuição gratuita de sacolas descartáveis em todo o Estado. Medidas semelhantes começam a ser discutidas pela União Europeia para reduzir gradualmente o uso das sacolas no continente. Na Europa, diversos países já trabalham individualmente na redução das sacolas descartáveis. Contudo, a Comissão Europeia se prepara agora para enfrentar o problema em todo o bloco.
Segundo o órgão executivo da União Europeia, 27 países do bloco jogam fora anualmente cerca de 4 bilhões de sacolas descartáveis (191 unidades por pessoa, segundo estimativa de 2010), número bem inferior ao de todo o Estado de São Paulo, de 6,6 bilhões. “O impacto desse lixo pode ser visto sujando nossa paisagem, ameaçando a vida selvagem e se acumulando no oceano, cobrindo mais de 15 milhões de quilômetros quadrados”, afirma o comissário de ambiente Janez Potocnik.
Confira as soluções que já estão sendo testadas pelo mundo.
Banimento completo
No ano passado a Itália se tornou o primeiro país europeu a proibir a distribuição de sacolas descartáveis não biodegradáveis. Fora do bloco, outros países ou regiões do mundo também adotaram a medida, entre os quais regiões da China, África do Sul, Quênia, Uganda, Ruanda, Somália, Tanzânia, Emirados Árabes e Bangladesh – este último após descobrir que as sacolinhas foram as responsáveis por entupimentos de bueiros que causavam diversas inundações.
No Reino Unido, a proibição entrou em debate no governo em 2010, quando o consumo do produto se elevou 5% após uma sequência de três anos em queda. Já nos EUA, a legislação varia de cidade para cidade.
Taxação
A Irlanda implantou uma taxa de 0,15 centavos de euro (R$ 0,36) por sacola, em março de 2002, obtendo uma redução de 95% no consumo do produto. Em cerca de um ano, 90% dos consumidores passaram a usar sacolas não descartáveis. A cobrança foi elevada para 0,22 centavos de euro (R$ 0,52) cinco anos depois, quando o governo identificou que o consumo anual per capita das sacolinhas subiu de 21 para 30 (antes da lei ele era de 328).
Os recursos arrecadados com a taxa foram usados para pesquisar novas formas de reciclagem e reduzir o volume de lixo produzido. A iniciativa irlandesa foi seguida por Bélgica, Espanha, Noruega, Holanda e o País de Gales – que também implantou uma multa de 5 mil libras (R$ 14.500) para supermercados que distribuírem essas sacolas gratuitamente.
Sacolas de papel
Tradicionalmente, as sacolas de papel são as mais utilizadas nos EUA, apesar de causarem maior impacto ambiental em relação às feitas de plástico. De acordo com estudo da agência britânica de Meio Ambiente, além do maior dano ambiental, as sacolas de papel também são menos reutilizadas pelos consumidores – principalmente como sacos de lixo.
Segundo o ativista Ted Duboise, do site “Relatório sobre Sacolas Plásticas”, a preferência americana pelas sacolas de papel se explica pela força do lobby da indústria madeireira do país.
Fonte: BBC Brasil
